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Angola pede ao Japão aprovação de apoio à desminagem proposto em 2018

A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (Masfamu) solicitou esta Segunda-feira ao Japão a aprovação de um financiamento proposto, em 2018, de 25 milhões de dólares para o apoio à desminagem.

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O pedido foi feito esta Segunda-feira, em Luanda, por Faustina Alves de Sousa, num encontro com o ex-senador do Japão e presidente da Associação de Economia e Desenvolvimento, Yano Tetsuro, que se deslocou a Luanda para abordar com as autoridades angolanas o apoio do Governo japonês a Angola para questões de desminagem.

"Gostaria de focar aqui que nós continuamos a aguardar a efectivação do financiamento com o Japão, para o apoio à desminagem, que praticamente foi proposto em 2018, de 25 milhões de dólares, que tem a ver com o financiamento para modernização dos grandes equipamentos das máquinas Itachi, que sabemos são máquinas muito potentes e que carecem, mesmo pelo tempo de utilização, a sua actualização, a sua substituição", disse a ministra.

Faustina Alves de Sousa, que é também a coordenadora da Comissão Executiva de Desminagem, a doação do Governo do Japão de 2.000.000 de dólares, disponibilizada em Janeiro deste ano, para a aquisição de equipamentos de reposição das peças das máquinas de desminagem.

Segundo a ministra foi elaborada uma lista dos materiais necessários, que foi já remetida ao Japão, estando as autoridades angolanas a aguardar a resposta.

"Aqui gostaria de reforçar a importância da celeridade de nós concluirmos, chegarmos à execução, uma vez que o tempo tem sido já um pouco escasso e a reposição dessas peças ser-nos-á muito importante para dar continuidade às questões de desminagem", reforçou a ministra.

A governante realçou o engajamento de Angola para cumprir as metas assumidas internacionalmente, perante a Convenção de Otawa, de tornar o país livre de minas até 2025.

"O reforço da capacidade técnica, de equipamentos das nossas equipas, brigadas, é muito importante, só assim poderemos ter como resultados positivos no período em que estava assim proposto para acabarmos com as minas em Angola", disse a ministra.

Já o ex-senador japonês manifestou a disponibilidade do seu país em apoiar Angola no âmbito da relação bilateral entre os dois países, para que seja alcançada a meta de chegar a um país livre de minas terrestres até 2025, conforme o compromisso assumido pelo Governo angolano.

"O Japão gostaria de ver em que poderíamos cooperar com Angola com o intuito de avançar para alcançar esta meta, incluindo o apoio à assistência de doação de acessórios, que a ministra de referiu", frisou.

Por sua vez o embaixador do Japão em Angola, Jiro Maruhashi, disse, em declarações à imprensa, que a contribuição financeira de 2.000.000 de dólares tem como objectivo adquirir peças de maquinaria de desminagem.

De acordo com o diplomata japonês, é também desejo do seu Governo ver, em breve, todo esse processo completo, de modo a agilizar o serviço de desminagem, "para o qual Angola está a trabalhar com toda a força para chegar a 2025 um país livre de minas".

"O Japão tem fornecido várias máquinas de desminagem de marca japonesa, passando o tempo precisamos trocar peças sobressalentes", frisou.

No encontro as partes abordaram o ponto de situação da concessão de 2.000.000 de dólares do Japão para o apoio à desminagem e ponto de situação do financiamento do país asiático ao programa de desminagem do Governo angolano, bem como os próximos passos a serem dados.

O Japão é ainda um dos poucos países que tem apoiado Angola no seu programa de desminagem, depois de há alguns anos o país lusófono ter perdido as ajudas internacionais para esse fim.

Angola registou 22 mortos e 41 feridos, em 2020, de um total de 30 acidentes com engenhos explosivos não detonados, segundo divulgou em Março deste ano a Comissão Executiva de Desminagem, tendo já este ano sido reportados pela imprensa vários acidentes que resultaram em mortos e feridos, sobretudo crianças.

O processo de desminagem de Angola, após quase 30 anos de guerra civil, terminada em 2002, foi significativamente afectado pela crise económica e financeira que o país vive desde finais de 2014, bem como pela redução da contribuição financeira dos doadores internacionais.

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