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Activistas demarcam-se de actos de vandalismo nas manifestações em Luanda

Os activistas organizadores da última manifestação, em Luanda, demarcaram-se esta Quarta-feira dos actos de vandalismo registados nos protestos de Sábado, caracterizados pela queima de pneus nas estradas e de meios da polícia.

: Ampe Rogério
Ampe Rogério  

A posição foi salientada por Dito Dalí, na conferência de imprensa para fazer o balanço da manifestação de Sábado, que resultou em dois mortos, centenas de detidos e quase 400 pessoas que se encontram desaparecidas até à data, segundo os organizadores.

Dito Dalí atribuiu os actos de vandalismo, na sequência do confronto entre manifestantes e as forças da ordem e segurança, a pessoas infiltradas com esse objectivo.

O activista admitiu a dificuldade em conseguirem "controlar todo o mundo", e terem "a noção de quem terá protagonizado o acto".

"Mas, segundo os levantamentos que fizemos, há uma chamada turma do apito, que reside no Sambizanga, que terá sido criada pelo actual administrador do Sambizanga, Tomás Bica, com o objectivo de neutralizar delinquentes no seu município", explicou.

Segundo o activista, "essa turma do apito terá sido recrutada pelos agentes dos serviços secretos e foram transportando pneus que colocaram na via pública".

"No momento em que decorria a manifestação e aquela violência toda a que se assistiu, essas pessoas foram queimando os pneus", disse Dito Dalí, destacando que quando chegaram ao local da concentração já encontraram os pneus na via pública.

"Dizer que não foram os manifestantes, mas pessoas infiltradas é que protagonizaram o acto da queima de pneus, contentores de lixo e viaturas da própria polícia", afirmou.

Questionado se são igualmente desconhecidas as pessoas que protagonizaram actos de vandalismos nos últimos dias junto ao tribunal, onde decorre o julgamento dos 103 detidos, Dito Dalí admitiu conhecer algumas e outras não.

O activista disse que tem sido feito um esforço diário para persuadir as pessoas a não se pautarem pela violência.

"É o que nos caracteriza e vamos continuar a fazer esse esforço para evitar que os infiltrados venham causar danos, para que depois as autoridades atribuam a responsabilidade aos organizadores das manifestações", frisou.

De acordo com as autoridades, os manifestantes têm-se pautado por actos de arruaça, culminando com a destruição de meios da polícia, como no Sábado, nomeadamente motorizadas e viaturas policiais, uma ambulância e um carro de bombeiros.

Na Terça-feira, acto do género foi registado, ao início da noite, nos arredores do tribunal, onde um grupo de cerca de 300 manifestantes terão cometido desacatos, arremessando pedras, que quebraram vidros de uma viatura e danificaram as instalações de duas empresas, além de impedirem a circulação do trânsito.

"Houve actos de pilhagem, houve a tentativa de retirar as barreiras metálicas da polícia por parte destes manifestantes, uma atitude reprovável. A polícia teve que tomar medidas para conter os ânimos destes manifestantes", referiu o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel.

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