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PR defende cooperação em defesa e segurança na região dos Grandes Lagos

O Presidente da República disse esta Quarta-feira que a cooperação no domínio da defesa e segurança na região dos Grandes Lagos "só será eficaz" se for coordenada por um mecanismo no qual todos os Estados-membros se revejam.

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"A cooperação no domínio da defesa e segurança só será eficaz se for coordenada por um mecanismo no qual todos os Estados-membros se revejam e que tenha, por isso, a legitimidade para o fazer", afirmou João Lourenço, na sua intervenção numa cimeira virtual sobre a região dos Grandes Lagos, que contou com a participação de quatro chefes de Estado.

No discurso, divulgado pelo gabinete da presidência, João Lourenço defendeu que os países que integram a região dos Grandes Lagos sempre se mostraram solidários com os "irmãos congoleses" na luta contra as forças negativas que desestabilizam o leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

Mas, "Angola defende a necessidade de reactivar o funcionamento efectivo dos mecanismos existentes, nomeadamente a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, para que cumpram efectivamente o papel que lhes compete e que estiveram na base da sua criação", disse.

A cimeira, que decorreu por videoconferência, na qual participaram, além do Presidente angolano, os chefes de Estado da RDCongo, Félix Tshisekedi, do Ruanda, Paul Kagamé, e do Uganda, Yoweri Kaguta Museveni, teve como objectivo "essencialmente debater questões de segurança" no território congolês.

Porém, os quatro Chefes de Estado avaliaram também "o impacto do clima de permanente insegurança" no leste da RDCongo "sobre os territórios dos países vizinhos, em domínios como a emigração e a economia", referiu a nota da presidência.

Neste contexto, João Lourenço destacou a exploração ilícita de recursos minerais nos países da região para financiamento, não só dos grupos armados no Congo, mas também, eventualmente, do terrorismo em outras regiões de África.

"A exploração ilícita dos recursos minerais nos nossos países deve ser encarada como uma forma de financiar as forças negativas que operam na RDCongo e, eventualmente, de financiamento também aos grupos terroristas fundamentalistas que operam em outros pontos do nosso continente, como na região do Sahel, em Moçambique ou outros", afirmou o chefe de Estado.

Segundo João Lourenço, "Angola tem sido, ao longo dos anos, uma das vítimas da pilhagem dos seus recursos minerais, nomeadamente o diamante, por parte de cidadãos africanos de diferentes proveniências, que cometem o crime da imigração ilegal organizada, e ainda o crime da exploração ilegal dos recursos naturais estratégicos do país de acolhimento".

"Este é um assunto que deve ser levado a sério por todos nós, e acreditamos que venceremos se cada um dos nossos países fizer a parte que lhe compete, tomando as medidas que se impõem na luta universal contra a emigração ilegal organizada e a necessidade de cortar as fontes de financiamento ao terrorismo", salientou.

O chefe de Estado apontou ainda, em relação a Angola, "dois grandes desafios, o do combate à covid-19 e suas consequências no que concerne à saúde pública, e a necessidade de manter a economia a produzir os bens e serviços para o consumo interno e para exportar e manter os postos de trabalho".

Assim, considerou que o país investiu "em tempo recorde" na construção ou adaptação de infra-estruturas hospitalares, bem como em equipamentos hospitalares para enfrentar a pandemia, aumentou "substancialmente" o número de camas hospitalares e de unidades de cuidados intensivos, e garantiu a aquisição dos materiais de biossegurança para o corpo médico.

Ao mesmo tempo, neste período de quase nove meses, o executivo "accionou medidas de estímulo económico, com vista a encorajar o sector privado da economia, a diversificar e aumentar a produção interna de bens e de serviços, particularmente de produtos agrícolas e industriais de consumo doméstico", acrescentou o Presidente.

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