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Banca comercial não cumpre o seu papel, critica João Lourenço

A banca comercial não está a cumprir o seu papel, criticou o Presidente da República, João Lourenço, salientando que o país "não é Luanda".

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O chefe do executivo, que terminou uma visita de dois dias ao Bié, encontrou-se com elementos da sociedade civil, incluindo empresários e empreendedores, que se queixaram dos problemas que enfrentam no acesso ao crédito, burocracia e dívidas do Estado, reconhecendo algumas dificuldades.

"Lamentavelmente não conseguimos que a banca comercial, fora de Luanda, cumpra o seu papel e os empresários continuam a ser prejudicados, tendo de se deslocar para Luanda para ver resolvidos os seus problemas, com todos os constrangimentos que daí advêm", concordou João Lourenço, prometendo "continuar a trabalhar" no sentido de levar a banca a cumprir o seu papel.

"Mesmo privada [a banca] tem de servir o país, tem de servir a sociedade, não sei o que ele ganham a ficarem fechados em Luanda e não darem poderes reais a quem está aqui no terreno, se eles abrem agências nas províncias é para resolverem os problemas locais", reforçou, destacando que "o cidadão coloca os problemas aqui e deve esperar as respostas e soluções também aqui".

João Lourenço, que falava com um empreendedor durante uma iniciativa designada como "Diálogos com a Juventude" salientou que os serviços têm de ser descentralizados.

"As pessoas que querem usar o crédito têm de ir a Luanda e isso tem de ser ultrapassado porque Angola não é Luanda, Luanda é só a capital, Angola é Angola", disse.

Por outro lado, considerou que a banca "tem de se mentalizar que deve ganhar tostão por tostão" e não ir apenas atrás de projectos com uma grande taxa de retorno, usando o "boom" imobiliário como exemplo do que não deve acontecer: "Nasceu de um dia para o outro, os bancos ganharam muito dinheiro, mas também morreu de um dia para o outro".

Pelo contrário, financiar os pequenos projectos continuará sempre a dar lucros à banca e beneficiará as pessoas que recorrem ao crédito.

O Presidente ouviu também propostas de criação de um guichet único para empresas, com vista à desburocratização, considerando que tem objectivos semelhantes ao que se pretende da banca comercial, ou seja, "trazer os órgãos de decisão para junto do cidadão".

Quando à dívida pública, afirmou que "vem sendo liquidada", embora "provavelmente, não na medida desejável", tendo em conta as reclamações que recebeu durante a sua passagem pela província.

O Presidente esteve no Bié durante dois dias para avaliar os problemas económicos e sociais mais prementes nesta província central do país e aproveitou para inaugurar o novo terminal de passageiros do Aeroporto Joaquim Capanga, um hospital regional no município do Cuemba e uma nova obra de abastecimento de água no Cuíto.

Visitou também o cemitério-memorial dos Mártires do Cuíto, onde rendeu homenagem às vítimas da guerra depositando uma coroa de flores.

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