Em declarações à Agência Lusa, o também consultor do ministro dos Recursos Minerais e Petróleos Mankenda Ambroise disse que a série de apresentações, que passou pela China, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos, permitiu demonstrar que existe "uma nova página no sector mineiro" em Angola.
Esta Segunda-feira decorreu em Nova Iorque a última apresentação técnica de cinco novas concessões mineiras de Angola, com a presença de 15 empresas, antes do concurso público, que se inicia na próxima Segunda-feira, 7 de Outubro.
O concurso público para o investimento privado nas concessões de fosfato, diamantíferas e de minério de ferro são partes de uma estratégia para reforçar as indústrias de fertilizantes, de aço e de diamantes.
O principal objectivo para a série de apresentações organizada pelo Ministério de Recursos Minerais e Petróleos, que também coincidiu com apresentações internacionais do sector petrolífero, foi fornecer esclarecimentos para investidores angolanos e internacionais.
Foram apresentadas as concessões mineiras de fosfato de Cácata e Lucunga, nas províncias de Cabinda e Zaire, respectivamente, uma concessão de ferro de Kassala-Kitungo, na província Cuanza Norte e duas diamantíferas em Camafuca-Camazambo e Tchitengo, entre Lunda Norte e Lunda Sul.
Esta foi "uma antecâmara de apreciação para notar quais são as preocupações dos investidores que vão permitir, pelo menos, corrigir a trajectória do que vamos fazer em termos de referências", explicou Mankenda Ambroise.
As apresentações permitiram também "avaliar a mudança de percepção da parte estrangeira de uma Angola nova, aberta para o sector privado" e "demonstrar que já é uma nova página no setor mineiro".
O responsável disse que o Ministério de Recursos Minerais e Petróleos espera contar com "resultados animadores" no concurso público, sem fazer estimativas.
Esperando que as propostas surjam de investidores conhecedores do sector, o Governo pretende que a produção de alguns projectos seja iniciada já no próximo ano, de acordo com o Plano Nacional de Desenvolvimento.
"Interessam-nos investidores idóneos, responsáveis, que honrem com os seus compromissos e que contribuam para o desenvolvimento de Angola na parte dos recursos minerais", declarou Mankenda Ambroise.
O primeiro concurso público vai submeter todas as candidaturas ao Código Mineiro de 2011, à Lei do Investimento Privado e de Contratação Pública e às políticas e aos impostos e taxas previstos por lei.
O tempo de referência para os projectos e o valor do investimento serão apresentados pelos investidores, de acordo com a sua estrutura orgânico operacional e a sua capacidade técnico-financeira.
Segundo o responsável, "tudo será ditado pelo estudo preliminar a ser efectuado, de forma que cada um tenha liberdade de apresentar uma proposta digna de relato".
Nas concessões de fosfato, os objectivos são obter o investimento privado com possibilidades tecnológicas avançadas para "lançar a indústria de fertilizantes e adubos" no país, com vista à redução e substituição das respetivas importações de fertilizantes.
O apoio à atividade agrícola, para a segurança alimentar, é outro dos objectivos declarados.
A concessão de minério de ferro em Kassala-Kitungo, na província Cuanza Norte envolve uma área de 7750 quilómetros quadrados e pretende reforçar a indústria siderúrgica e criar empregos.
Na região de maior concentração de diamantes, Lunda Norte, estará disponível uma concessão de mais de 1300 quilómetros quadrados, em Camafuca-Camazambo e outra de 1022 quilómetros quadrados, em Tchitengo.
Pretendem-se a reavaliação dos recursos e atingir um projeto kimberlítico para exploração.