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Pedro Gonçalves vê ida ao Mundial Sub-17 como oportunidade para o futebol nacional

A presença inédita da selecção nacional no Campeonato do Mundo de Sub-17 de futebol é uma oportunidade para “alavancar o futebol jovem” no país e despertar interesse a nível internacional, revelou o treinador Pedro Gonçalves.

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A competição de futebol de formação que se disputa no Brasil arranca no Sábado e tem a participação inédita da selecção nacional, orientada pelo treinador português Pedro Gonçalves, antigo treinador da formação do Sporting, clube que representou durante 16 anos antes da mudança para o país.

“Há uns tempos não havia nem metade do interesse no futebol jovem em Angola e agora vejo isso, muito por aquilo que esta selecção jovem conseguiu alcançar, criando um factor motivacional para que o país cresça a nível de formação”, destacou à Lusa o treinador que também é responsável pelas várias selecções jovens do país.

A comitiva da selecção nacional está desde Terça-feira no quartel-general, em Brasília, onde se realizam os primeiros dois jogos, no Domingo frente à Nova Zelândia e na Terça-feira diante o Canadá. Já a última partida da fase de grupos, frente à anfitriã, o Brasil, é dia 1 de Novembro em Goiânia.

O técnico de 43 anos lembra a “grande oportunidade” para o país que ao participar numa competição mundial permite aos jogadores terem “um crescimento desportivo em ambiente competitivo” e pode "alavancar o futebol jovem" no país.

Perante uma presença inédita, o objectivo da equipa é procurar “a cada jogo superar o adversário".

“Temos os nossos objectivos gerais a que nos propomos e a cada jogo será uma meta parcelar. Não estabelecemos objectivos quantitativos para a competição”, vincou.

Para Pedro Gonçalves, apesar de confiança no potencial da sua equipa, é necessário perceber que há selecções “muito mais apetrechadas e com outros meios”.

O projecto com o treinador português natural de Lisboa iniciou-se em Abril de 2018 e tem permitido aumentar a capacidade desportiva “substancialmente” com destaque para a qualificação inédita para o mundial.

Considerando este um “trajecto extraordinário”, após um ano e meio Pedro Gonçalves destaca o facto de ter intervenção em quatro selecções do país, sub-17, sub-20, sub-23 e selecção ‘A’.

“Há a possibilidade dar continuidade ao que já iniciei na formação com a selecção ‘A’, que será um desafio muito exigente e muito aliciante que acredito que poderemos levar a bom porto”, adiantou, explicando que neste momento há apenas “ideias em comum” e que nada está concretizado.

Avaliando o percurso das selecções jovens desde que tem ligação à Federação Angolana de Futebol (FAF), Pedro Gonçalves realça a “afirmação” e a capacidade para mostrar potencial.

“Há outra maneira de pensar o futebol em Angola. Ainda tem de se dar muitos passos, mas já está a ter atenção a nível internacional”, acrescentou.

Agora com outras condições de trabalho, o técnico conta que no início do trajecto participou em competições apenas com mais um treinador adjunto a auxiliar, e que agora existem “outros técnicos especializados em outras funções”.

“Ainda precisamos de mais, a nível de infra-estruturas e de meios materiais, mas isto foi um factor motivacional para que as pessoas estejam a pensar sobre este assunto”, atirou.

A aventura no futebol nacional começou em 2015 na formação do clube 1.º de Agosto, que permitiu deixar de trabalhar no Sporting em part-time e poder ser profissional.

“Depois de 16 anos no Sporting era o treinador mais antigo no clube, e durante este processo cresci muito como pessoa e profissionalmente, mas saí em busca de um desafio profissional”, confessou o treinador que em Portugal exercia também como professor de educação física.

De Angola surgiu a proposta para “desenvolver e potenciar talentos” e após o trabalho no 1.º de Agosto, seguiu-se o convite da FAF para ingressar nos escalões de formação das selecções.

Ultrapassado o período de habituação a um país diferente que não conhecia, Pedro Gonçalves destaca que a presença em Angola tem permitido crescer a nível profissional.

“Costumo dizer que estamos todos no mesmo planeta mas Angola e Portugal estão em mundos diferentes”, destaca, confessando-se agora “completamente adaptado ao país e aquilo que é o quotidiano comum”.

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