Os dados constam de um relatório interno da OMS, em que é possível confirmar que a totalidade dos casos conhecidos em Angola está dividida por dez zonas da província de Luanda.
Contactado pela agência Lusa, em Luanda, o representante da OMS em Angola, Hernando Agudelo, manifestou-se indisponível para comentar a situação, que está a gerar "preocupação" em Angola, onde o Ministério da Saúde também não se pronunciou.
Segundo os dados da OMS, os 73 casos de microcefalia ocorreram com crianças nascidas em Viana (18 casos), Kilamba Kiaxi (nove), Cazenga, Cacuaco e Maianga (os três com oito), Talatona e Samba (ambos com seis), Belas (cinco), Sambizanga (quatro) e Ingombotas (um).
O primeiro caso registado de microcefalia ocorreu em Fevereiro de 2017, ao que se seguiu também um nascimento com a doença nos meses seguinte, até que, em Junho do mesmo ano, se detectaram dois.
Após descer para um caso em Julho, os nascimentos de crianças com microcefalia foi subindo sucessivamente para sete (Agosto) e oito (Setembro), baixando para seis em Outubro e atingindo o pico em Novembro, quando se detectaram 13 casos.
Em Dezembro do mesmo ano foram registados quatro casos, enquanto, já este ano, foram detectados sete em Janeiro, cinco em Fevereiro e novamente sete em Março.
Do total de casos, dois foram confirmados no início de 2017 e provêem de uma estirpe asiática e potencialmente perigosa do zika, a mesma que, em 2015, no Brasil, provocou defeitos congénitos relacionados com a doença em 3.762 recém-nascidos.
Os casos de microcefalia em Angola, concentrados sobretudo em Luanda, indiciam "fortes suspeitas" de um surto da doença ligada ao zika no país, uma vez que prevalece a falta de mais dados e de meios de diagnóstico, sobretudo no que diz respeito à situação no resto do país.