"A recuperação dos fluxos de moeda externa e a moderação no abrandamento da política monetária por parte do Banco Nacional de Angola vai fazer com que o crescimento do crédito em Angola permaneça relativamente robusto" nos próximos meses, escreve a consultora Fitch Solutions.
Numa nota sobre o sector bancário angolano, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora detida pelo mesmo grupo que é dono da agência de notação financeira Fitch escrevem que apesar de aumentarem a previsão de crescimento do crédito aos consumidores, "a perspectiva para 2019 foi reduzida para um crescimento de 6,3 por cento devido à subida dos empréstimos nos últimos meses, acima das expectativas".
Os analistas alertam que a subida da actividade bancária em termos de empréstimos deverá abrandar nos próximos trimestres e acrescentam que "como o crescimento económico continua tépido depois de uma prolongada recessão, a qualidade dos activos bancários vai limitar o impacto dos estímulos monetários do banco central.
Na análise geral sobre o sector, a Fitch Solutions diz que, "para além da criação da Recredit, uma empresa pública para comprar o crédito malparado dos bancos, as autoridades têm pouca capacidade de intervenção no sector bancário caso seja necessário apoiar alguma instituição em dificuldades".
O prolongado período de preços baixos do petróleo, desde o Verão de 2014, "obrigou o Governo a adoptar uma histórica austeridade orçamental" e a nacionalizar três bancos, entre eles o Banco de Poupança e Crédito".
Além disso, concluem, algumas empresas públicas como a Sonangol e a Unitel são detentores de participações significativas nos bancos angolanos, o que significa que o Governo já está exposto, em certa medida", à evolução da banca do país.