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Defesa

Detido presidente da Fundação José Eduardo dos Santos

O presidente da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), Ismael Diogo da Silva, encontra-se detido, desde a tarde de Sexta-feira, na comarca de Viana, confirmou à agência Lusa o porta-voz dos Serviços Prisionais, Menezes Cassoma.

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Segundo disse à Lusa fonte da Procuradoria-Geral da República, Ismael Diogo foi detido depois de se recusar a responder a várias notificações da justiça, relacionadas com uma acusação sobre o recebimento indevido de milhares de dólares provenientes do Conselho Nacional de Carregadores (CNC).

Neste mesmo caso, está igualmente detido, há uma semana, o antigo ministro dos Transportes de Angola, Augusto Tomás, e administradores do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), órgão afecto ao Ministério dos Transportes, por suposta má gestão e alegado desvio de fundos. A fonte adiantou ainda que, Ismael Diogo foi alvo de "busca de custódia".

Na base da acção judicial, segundo noticiou o semanário português Expresso, está a apropriação indevida de 20 milhões de dólares saídos dos cofres do Conselho Nacional de Carregadores sob gestão do antigo ministro dos Transportes Augusto Tomás.

A FESA tem como patrono o ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que criou em 1996 a instituição filantrópica apartidária, de carácter científico, cultural, social e sem fins lucrativos.

"A FESA surgiu numa altura em que Angola vivia os piores momentos de fome e de deslocados de guerra, em consequência do conflito armado pós-eleitoral, de 1992, tendo dado abrigo e assistência alimentar a milhares de pessoas famintas e desabrigadas", refere-se no site da fundação.

Com a detenção de Ismael Diogo, a justiça prendeu mais uma personalidade próxima de Eduardo dos Santos, depois de o filho, José Filomeno dos Santos estar, desde Segunda-feira da semana passada, em regime de prisão preventiva na Cadeia do Hospital Prisão de São Paulo, em Luanda.

"Zenu", como é conhecido localmente, foi presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola, nomeado pelo pai, então chefe de Estado, e, entretanto, exonerado pelo actual Presidente, João Lourenço, em Janeiro deste ano.

‘Zenu’ é acusado, segundo a PGR, de envolvimento num crime referente a uma alegada burla de 500 milhões de dólares, processo já remetido ao Tribunal Supremo.

Por outro lado, é também acusado num processo-crime, ainda em fase de instrução, relacionado com actos de má gestão do Fundo Soberano, em que é também arguido o empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais, sócio de José Filomeno dos Santos em vários negócios, e que está também em prisão preventiva na cadeia de Viana, arredores de Luanda.

Segundo a PGR, da prova recolhida nos autos resultam indícios de que os arguidos incorreram na prática de vários crimes, entre eles o de associação criminosa, recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio, peculato, burla por defraudação, entre outros.

Por outro lado, a 21 deste mês, a PGR confirmou a detenção do Augusto Tomás, pelos indícios da prática dos crimes de peculato, corrupção, branqueamento de capitais, entre outros previstos e puníveis pelo Código Penal.

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