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Grandes Moagens de Angola assegurou 70 por cento da produção em 15 meses

A empresa Grandes Moagens de Angola (GMA), a único do género no país e inaugurada há 15 meses, está a trabalhar a apenas 70 por cento da capacidade, informou a administração, que pede mais apoios para a indústria local.

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Em declarações à Lusa, o administrador da empresa, César Rasgado, indicou que a GMA, produto de um investimento de 100 milhões de dólares e inaugurada há 15 meses, produziu até agora 250 mil toneladas de farinha de trigo, mas possui uma capacidade de produção de 360 mil toneladas, pelo que a fábrica está ainda "subaproveitada".

O projecto da GMA integra uma fábrica de moagem de trigo para a produção de farinha e a exploração de silos e infra-estruturas de apoio para a descarga e carga de navios no Porto de Luanda, ocupando uma área de 30.000 metros quadrados, com acesso privilegiado para a expedição da produção, permitindo a redução substancial dos custos de transporte e outros encargos logísticos associados.

Além dos edifícios industriais, a área integra um laboratório, uma padaria industrial para formação à indústria local, silos de matéria-prima, silos e armazém de produto final, escritórios, equipamentos para a descarga/carga de navios, cantina, oficinas e parque para camiões.

César Rasgado explicou que, para um melhor desempenho da indústria moageira, a GMA apelou ao Governo para conceder "maior apoio e protecção aos produtores locais".

"É preciso proteger a indústria local, devendo haver controlo da qualidade e quantidade de farinhas importadas pelos diversos operadores, para evitar produtos de baixa qualidade", exortou.

A GMA, acrescentou César Rasgado, defende que as regras deviam passar por permitir a importação apenas a empresas comprovadamente com capacidade financeira, logística e estrutura compatível para o efeito, bem como com a sua situação fiscal devidamente regularizada. "Para a GMA, estas regras deviam, também, aplicar-se aos produtores de farinha de trigo", frisou.

A par da concorrência desleal, César Rasgado apontou como constrangimentos à produção, "transversais à economia", a desvalorização cambial, as dificuldades na obtenção de divisas para a importação de matéria-prima, ingredientes e peças de substituição e os elevados custos das operações financeiras.

Além da farinha de trigo, a moageira dedica-se igualmente à produção de farelo, cuja situação é semelhante, referiu, indicando a produção, no mesmo período, de 74 mil toneladas, o que corresponde também a 70 por cento da sua capacidade instalada da fábrica.

"A GMA, que recebeu um investimento de 100 milhões de dólares para se tornar uma realidade industrial em Angola, conseguiu lidar com os constrangimentos macroeconómicos graças ao apoio financeiro da estrutura accionista", realçou César Rasgado.

Segundo o administrador, a GMA tem sensibilizado os sectores da agricultura e agroa-limentar para a importância de existir no país um "'cluster' do trigo", manifestando-se disponível para fomentar e absorver a produção local, "desde que em condições de competitividade justas".

A localização privilegiada da GMA, considerou, permite escoar diariamente mais de 900 toneladas de farinha de trigo, resultantes do processamento diário e ininterrupto de 1200 toneladas de trigo, que permite garantir um fornecimento regular ao mercado.

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