A informação resulta de dados preliminares do BNA, a que a Lusa teve acesso esta Terça-feira, sobre as Reservas Internacionais Líquidas (RIL), indicando que só entre Julho e Agosto - período de eleições gerais - caíram mais de 1800 milhões de dólares.
Estas reservas são necessárias nomeadamente para garantir importações de alimentos, maquinaria ou matéria-prima para as indústrias e desde o início do ano já perderam, em valor, desde Janeiro, mais de 5100 milhões de dólares.
No início de 2014, antes da crise da cotação do petróleo, as reservas angolanas ascendiam a 31.154 milhões de dólares.
Desde agosto de 2016 que o banco central - que actualmente é o único fornecedor de divisas à banca comercial - tem vindo a aumentar a injecção de moeda estrangeira no mercado cambial primário, a um ritmo de cerca de mil milhões de euros por mês.
No entanto, desde as eleições gerais de 23 de Agosto que essas vendas por parte do BNA caíram fortemente, a um ritmo semanal entre os 50 e os 100 milhões de euros.
As reservas angolanas actuais garantem o equivalente a menos de meio ano de importações de alimentos, bens e equipamentos, tendo em conta as necessidades, numa altura de forte contenção na disponibilização de divisas aos bancos.
As reservas contabilizadas pelo BNA são constituídas com base em disponibilidades e aplicações sobre não residentes, bem como obrigações de curto prazo.