Os dados constam do relatório de fundamentação da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2017, que deu entrada Sexta-feira na Assembleia Nacional e ao qual a Lusa teve acesso Sábado, prevendo igualmente que as contas públicas voltem a apresentar um défice, no próximo ano, de 5,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
"As previsões apontam para uma melhoria do desempenho da economia nacional, em 2017, considerando uma taxa de crescimento do PIB real de 2,1 por cento, com o sector petrolífero a crescer 1,2 por cento e o sector não petrolífero 2,3 por cento", refere ainda o documento.
Na revisão do OGE de 2016, aprovada no parlamento em Setembro, o Governo previa um crescimento da economia de 1,1 por cento do PIB, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) antevê a estagnação económica do país este ano.
No OGE que agora segue para discussão na Assembleia Nacional, o Governo prevê receitas e despesas, para todo o ano de 2017, de 44 mil milhões de dólares. Neste caso, as receitas serão financiadas com 18,9 milhões de dólares de endividamento do Estado.
"Relativamente ao OGE 2016 Revisto, a presente proposta orçamental reflecte um cenário mais optimista, prevendo-se um crescimento da despesa total em torno de 5,2 por cento. Prevê-se ainda uma redução considerável das despesas com subsídios de cerca de 19,3 por cento, comparativamente ao OGE Revisto 2016", refere o documento.
Angola contará assim com o quarto ano consecutivo de défice nas contas públicas, depois dos estimados 7 por cento do PIB em 2016, 3,3 por cento em 2015 e 6,6 por cento em 2014.
O Governo prevê ainda uma taxa de inflação para todo o ano de 15,8 por cento, mas só em Setembro os preços já tinham subido em Luanda quase 40 por cento (a um ano).
Em todo o próximo ano, Angola prevê produzir 662 milhões de barris de petróleo, sector que deverá render à economia (PIB petrolífero), nos cálculos do Governo, 22,6 mil milhões de dólares, numa previsão de 46 dólares por barril, contra os 40,9 dólares estabelecidos para 2016.
As perspectivas de crescimento para o sector não petrolífero, lê-se ainda na proposta de OGE para 2017, resultam da combinação de crescimento positivo esperados nos sectores da energia (40,2 por cento), agricultura (7,3 por cento), pescas (2,3 por cento), construção (2,3 por cento) e indústria transformadora (4 por cento).
O PIB - toda a riqueza produzida no país - deverá crescer para 119 mil milhões de dólares no próximo ano.
