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Economia

Taxa de juro inalterada pelo segundo mês consecutivo em 10,5 por cento

O Banco Nacional de Angola (BNA) manteve inalterada, pelo segundo mês consecutivo, a taxa básica de juro no país, fixada em Agosto em 10,5 por cento ao ano, numa altura em que a inflação já ultrapassou todas as previsões oficiais.

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A medida consta do comunicado final, hoje divulgado, sobre a reunião mensal do Conselho de Política Monetária do BNA, realizada na terça-feira em Luanda e destinada a avaliar a evolução da taxa de inflação e da taxa de câmbio, bem como os indicadores de crescimento da actividade económica e das contas fiscais e monetárias em Setembro.

A taxa de juro no nosso país, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação, esteve fixada até Julho de 2014 em 8,75 por cento, após um corte, na altura, de meio ponto percentual, e aumentou há precisamente um ano para 9 por cento.

Já em marco último subiu mais 0,25 pontos percentuais, em Junho aumentou para 9,75 por cento, em Julho mais meio ponto percentual, para 10,25 por cento, até que em agosto foi fixada em 10,5 por cento. A taxa manteve-se inalterada nas reuniões ordinárias do BNA em Setembro e de Outubro.

O Comité de Política Monetária decidiu ainda manter inalteradas as taxas de Juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (12,50 por cento ao ano) e de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez (1,75 por cento ao ano).

Segundo informação do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano de 16 de Outubro, os preços em Luanda já subiram mais de 11,6 por cento, muito acima do intervalo definido pelo Governo para 2015.

De acordo com o mais recente relatório de INE sobre o comportamento da inflação, a variação homóloga dos preços em Luanda situou-se até Setembro em 11,66 por cento, um aumento de 4,47 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2014. O valor acumulado da inflação (últimos doze meses) atingiu em Setembro máximos de praticamente quatro anos, segundo os dados do INE angolano.

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para metade, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares.

Estes dados do INE indicam que, analisando a situação em Agosto (mas com o total de doze meses), voltou a ser ultrapassado, tal como em Julho, o intervalo (7 a 9 por cento) para a inflação anual previsto pelo Governo angolano no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, revisto em Março precisamente devido à crise petrolífera.

A situação foi reconhecida pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, na anual mensagem sobre o estado da nação, lida a 15 de Outubro, no parlamento, pelo vice-Presidente da República, Manuel Vicente.

"Convém frisar que esse indicador está sob controlo, pois têm sido levados a cabo amplos esforços para contrariar este quadro", garantiu o governante.

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