A informação foi prestada na Assembleia Nacional pelo vice-Presidente da República de Angola, Manuel Vicente, em representação do chefe de Estado, na anual mensagem sobre o estado da nação, no arranque do novo ano parlamentar, devido à "indisposição" de José Eduardo dos Santos.
"Contraíram-se também créditos à China no valor de aproximadamente seis mil milhões de dólares norte-americanos, destinados a investimento público nos domínios da educação, saúde, água, energia eléctrica e estradas, tendo sido já aprovado pelo executivo o plano operacional para assegurar a execução de projectos identificados em 2016 e em 2017", disse Manuel Vicente.
Até agora, e apesar da insistência dos partidos da oposição, não era conhecido o valor destes acordos, fechados durante a visita de Estado de José Eduardo dos Santos à China.
No discurso do chefe de Estado, lido pelo vice-Presidente, foi esclarecido ainda que "até ao presente momento" o valor da dívida pública angolana corresponde a cerca de 45,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) projectado para 2015.
Angola enfrenta uma crise financeira e económica devido à forte quebra da cotação internacional do barril de crude no mercado internacional, o que provocou também uma crise cambial, pela redução de entrada de divisas no país e fez disparar a inflação, que em termos acumulados, de um ano, já ultrapassa os 11 por cento.
No mesmo discurso, também devido à situação petrolífera, foi ainda anunciada uma revisão oficial em baixa, para 4 por cento, da previsão do crescimento do PIB, face aos anteriores 6,6 por cento apontados no Orçamento Geral do Estado de 2015, revisto em Março.