De acordo com o documento, divulgado em Washington com o título 'Ajustando à descida do preço das matérias-primas', Angola vai crescer 3,5 por cento neste e no próximo ano, ao passo que Moçambique abranda para 7 por cento este ano, recuperando para 8,2 por cento no próximo ano e conhecendo um crescimento exponencial de 17,6 por cento em 2020, quando as exportações de gás natural começarem.
Angola, por seu turno, deverá estar a crescer 5,2 por cento em 2020, mostrando que a descida dos preços do petróleo e o consequente impacto nas receitas fiscais terá efeitos prolongados no desenvolvimento económico do país.
A Guiné Equatorial, o único país lusófono africano em recessão, deverá manter o crescimento negativo este ano (10,8 por cento) e no próximo, embora em 2016 a recessão seja de apenas 0,8 por cento.
"O crescimento na África subsaariana deve abrandar de 5 por cento em 2014 para 3,8 por cento este ano, uma revisão de 0,7 pontos percentuais face à previsão de Abril", escrevem os economias do FMI, que consideram que o abrandamento é essencialmente devido "às repercussões da queda dos preços das matérias-primas, particularmente do petróleo, bem como a uma procura menos intensa da China - o maior parceiro comercial da África subsaariana - e o 'aperto' nas condições financeiras globais para as economias de mercado de fronteira".
No documento, o FMI particulariza os maiores exportadores de petróleo no continente, notando que a Nigéria crescerá apenas 4 por cento este ano, mais de dois pontos abaixo do ano passado" e o crescimento em Angola também deverá abrandar de quase 5% em 2014 para 3,5 por cento este ano".
Entre os importadores de petróleo, o crescimento médio será de 4 por cento, em média, com a maioria a continuar a ter "um crescimento sólido, especialmente os países de baixo rendimento, onde o investimento em infra-estruturas e o consumo privado continuarão fortes".
Países como a Costa do Marfim, a República Democrática do Congo, a Etiópia, Moçambique ou a Tanzânia "deverão continuar a registar um crescimento de 7 por cento ou mais neste ano e no próximo", conclui o FMI.