O plano, segundo informação governamental enviada à Lusa, foi aprovado na quinta-feira, em reunião do Conselho de Coordenação Estratégica da Província de Luanda orientada pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, sendo um instrumento para o ordenamento do território e planeamento urbano a implementar nos próximos 15 anos.
Representa "uma resposta de forma integrada às necessidades de gestão urbana" e pretende "conferir em particular à cidade de Luanda condições de sustentabilidade ambiental, habitacional, de mobilidade e de crescimento social e económico", refere o Governo angolano.
O Plano Director Geral Metropolitano de Luanda, encomendado pelo Governo para a província da capital angolana e ao qual a Lusa teve acesso anteriormente - que não aponta custos do investimento -, prevê que só o município de Viana - o mais industrializado do país - atinja dentro de 15 anos os 3,1 milhões de habitantes. Para o total da província estima-se a necessidade de construção de 1,4 milhões de casas.
O plano "tem por objectivo responder também às necessidades de crescimento populacional da província de Luanda" e prevê a "reabilitação dos espaços verdes a fim de reduzir os riscos de inundação e epidemias, a delimitação e valorização os espaços agrícolas, a optimização do uso de solo urbano", bem como a criação de uma rede integrada de transportes públicos e de um sistema de estradas "funcional e eficiente".
"Estabelece como princípio preservar o ambiente natural e o património cultural da província, assim como o seu carácter urbano e a sua identidade", garante o Executivo liderado por José Eduardo dos Santos.
O documento faz o diagnóstico da situação actual na província, estimando que 80 por cento da população - de 6,5 milhões de habitantes, um quarto de todo o país - vive em musseques (bairros pobres suburbanos).
Nesta área, o plano, designado de "Luanda 2030 - Cidade inovadora", prevê realojamento e regeneração de várias zonas da capital, nomeadamente nas classificadas de "prioridade muito alta", por riscos de vida eminente ou indução, entre outros problemas.
Com o crescimento da população estimado para 12,9 milhões de pessoas, e face às dificuldades de mobilidade que se registam diariamente na capital, com filas intermináveis de trânsito e reduzidas ofertas de transportes públicos como alternativa, este plano de intervenção prevê obras em 446 quilómetros de estradas primárias e 676 quilómetros de vias secundárias.