Segundo relatórios mensais, sobre a actividade, do Banco Nacional de Angola (BNA) e compilados pela agência Lusa, trata-se ainda de um aumento superior a 3 por cento face ao mês anterior, de Agosto, num ano marcado por várias oscilações no total de crédito concedido.
Esse total atingiu em Setembro o máximo de ano, cifrando-se em 3,335 biliões de kwanzas, renovados em Setembro, para 3.445, de acordo com os dados do banco central angolano.
Deste total, 640,7 mil milhões de kwanzas - um aumento superior a três por cento face a Agosto - correspondem a crédito concedido ao sector do comércio por grosso e retalho, logo seguido pelas actividades ligadas ao imobiliário e serviços de construção, com 479 mil milhões de kwanzas.
O crédito total concedido directamente a particulares, segundo os dados do BNA, elevou-se 2,4 por cento em Setembro, para 666,1 mil milhões de kwanzas.
Angola vive uma crise financeira, económica e cambial, decorrente da forte quebra da cotação internacional do barril de crude, que motivou uma descida para cerca de metade nas receitas fiscais com a exportação de petróleo e por consequência na entrada de divisas no país, condicionando toda a actividade económica.
Os lucros da banca angolana caíram para metade em 2014, influenciados pela situação no ex-Banco Espírito Santo Angola (BESA), segundo a análise que a consultora Deloitte apresentou a 22 de Setembro último, em Luanda.
Angola contava em 2014 com 23 bancos e o resultado líquido do sector caiu para 45,4 mil milhões de kwanzas, comparando com o ano anterior, devido ao 'caso BESA', que foi transformação em Banco Económico, após intervenção do BNA.
"Não considerado esse efeito [ex-BESA], os resultados líquidos do sector teriam registado um crescimento de 12 por cento", conclui a 10.ª edição do estudo "Banca em Análise", que analisou dados do BNA.
"A banca angolana mostrou mais uma vez a resiliência que tem demonstrado nos últimos anos, crescem os principais indicadores, ao nível do crédito e dos depósitos, do volume total de ativos. Face ao contexto em que estamos, eu diria que [o sector] está bem", enfatizou na ocasião Nuno Alpendre, da Deloitte.
O estudo da Deloitte refere ainda que o crédito líquido a clientes em Angola aumentou oito por cento face a 2013, ultrapassando, em valores agregados, os 2,930 biliões de kwanzas.
Contudo, o crédito vencido também disparou, 11,2 por cento, e ascende actualmente a 14,5 por cento do total, equivalente por isso a cerca de 2,8 mil milhões de euros.
"Continuam a manter-se alguns desafios relevantes, devendo o sector estar atento à evolução desfavorável dos rácios de crédito vencido que se verificou neste último ano", alertou Nuno Alpendre.