Para além de delinear os desenvolvimentos em matéria de hidrocarbonetos, espera-se que a participação do ministro gere novas oportunidades de colaboração entre a Costa do Marfim e Angola, uma vez que o país pretende tornar-se produtor de petróleo e gás.
A Costa do Marfim alcançou uma série de marcos no seu mercado offshore nos últimos meses. Desde descobertas revolucionárias, ao início da produção no projeto Belaine, até à implementação de tecnologias inovadoras de zero emissões líquidas. O país está a "juntar as peças" para se tornar um centro petrolífero regional. Para sustentar a dinâmica do upstream, a Costa do Marfim está a promover o investimento no desenvolvimento e exploração de campos, sendo que Coulibaly deverá avançar mais detalhes na conferência.
A Costa do Marfim realizou a sua segunda maior descoberta de petróleo até à data em Março deste ano, com a Eni a anunciar petróleo leve, gás e condensados no Bloco CI-205. Denominada Calao, a descoberta poderá conter até 1,5 mil milhões de barris de petróleo equivalente. A descoberta de Calao segue-se ao início da produção da primeira fase do projecto Baleine - a maior descoberta de hidrocarbonetos feita no país - em Agosto de 2023. O país planeia iniciar a produção da segunda fase em Dezembro de 2024, aumentando a produção de 22.000 barris por dia (bpd) e 14 milhões de pés cúbicos (mcf) para 60.000 bpd e 70 mcf, respectivamente. Este objectivo será alcançado através da utilização de um segundo navio FPSO e de um novo navio FSO, ancorado ao lado do FPSO Baleine.
Para além da segunda fase, o promotor do projecto, a Eni, tem planos para aumentar ainda mais a capacidade de produção. A terceira fase tem como objectivo mais 70.000 bpd, elevando a capacidade total para 150.000 bpd e 200 mcf. Isto será apoiado por um investimento de mais de 10 mil milhões de dólares pela multinacional italiana - demonstrando a sua abordagem a longo prazo para rentabilizar os recursos de petróleo e gás da Costa do Marfim.
Por outro lado, Angola atraiu também compromissos recentes de milhares de milhões de dólares para impulsionar a exploração e o desenvolvimento offshore. A empresa de energia ExxonMobil poderá investir até 15 mil milhões de dólares no offshore da bacia do Namibe, na sequência de perfurações bem sucedidas. A empresa fez uma descoberta no poço de pesquisa Likember-01 no Bloco 15 em 2024, sinalizando um forte potencial de crescimento para o activo de produção.
Embora a Costa do Marfim seja ainda um produtor com pouca experiência, a colaboração entre os dois países poderá servir para acelerar o ritmo dos projectos offshore, refere um comunicado da organização do AOG enviado ao VerAngola.
Durante a conferência, Coulibaly participará num painel ministerial juntamente com os ministros da energia e dos hidrocarbonetos de Angola, da República do Congo, da República Democrática do Congo e da Organização Africana de Produtores de Petróleo. O painel - 'Unindo Fronteiras: Alavancar o sector do petróleo e do gás para promover o comércio regional' - irá explorar oportunidades de colaboração mútua, comércio, investimento e estratégias para reforçar a integração regional em África.
Recorde-se que a AOG é o maior evento de petróleo e gás no país. Realizado com o apoio do ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, do Instituto Regulador dos Derivados de Petróleo, da ANPG, da Sonangol e da Câmara Africana de Energia, o evento pretende ser uma plataforma para a assinatura de acordos e para o avanço da indústria nacional de petróleo e gás.