Os dados do Relatório Agregado do SEP em 2023, apresentados pela presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Vera Escórcio, referem que, em 2022, os resultados líquidos foram de cerca de 779 mil milhões de kwanzas.
"Vamos tendo cada vez mais empresas com resultados líquidos positivos e também expressivos, que levam à redução daquilo que são os efeitos negativos que temos nos resultados das empresas", disse.
Os capitais próprios do SEP cresceram 45 por cento, em 2023, atingindo os 13,1 biliões de kwanzas e os activos cresceram 35 por cento com o montante de 36,3 biliões de kwanzas.
Vera Escórcio sublinhou que a inflação, em 2023, na ordem dos 20 por cento, e a variação do kwanza face ao dólar americano, com uma depreciação da moeda nacional em 65 por cento, influenciaram também os resultados das empresas.
Os sectores que mais contribuíram para o crescimento do activo em 2023 foram a indústria extractiva, os transportes e armazenagem e electricidade, com uma redução de 30 por cento do desempenho do sector financeiro e de seguros, impactado pela falta do reporte de contas de uma empresa.
A presidente do IGAPE classificou como "bastante positiva" a prestação das empresas do SEP em 2023, tendo em conta as melhorias registadas em termos de transparência e reporte de contas sem reservas, contudo, disse, persistem um conjunto de constrangimentos, sobretudo o endividamento das empresas, o retorno dos capitais próprios e outros.
Segundo a responsável, apesar do aumento substancial quer do activo quer do capital próprio, em termos de retorno para o accionista, registou-se "uma degradação", colocando-se vários alertas no sentido de se corrigir esta inflexão de 2023.
O relatório indica que apenas quatro sectores tiveram resultados positivos em termos de retorno aos accionistas, "com contributos muito negativos do lado do sector da agricultura, educação, água e saneamento, construção e serviços imobiliários".
Das empresas que melhor contribuíram para os resultados, em 2023, destaca-se a Sonangol, petrolífera estatal, seguindo-se o Banco de Poupança e Crédito (BPC), a PRODEL, a UNITEL e outras.
"Em termos de resultado líquido, a Sonangol apurou, em 2023, um resultado líquido de cerca de 930 mil milhões de kwanzas e o BPC de 116 mil milhões de kwanzas", apontou.
No que se refere aos dividendos recebidos pelo Estado, a presidente do IGAPE afirmou que houve "um claro crescimento" em 2023, comparativamente ao ano anterior, com cerca de 6,5 mil milhões de kwanzas contra os 2,2 mil milhões de kwanzas em 2022.
Com uma evolução positiva, o número de empresas que distribuiu dividendos foi subindo de seis empresas, em 2021, para 11, em 2022, e 16, em 2023.
Contudo, houve uma desproporção entre o montante de dividendos distribuídos entre 2022 e 2023, apesar do aumento dos resultados líquidos agregados, de 17 por cento, e um aumento no número de empresas que distribuíram dividendos.
A presidente do IGAPE vincou que, apesar do aumento do volume de dividendos pagos, continua "muito desfavorável para o Estado" a relação entre os dividendos distribuídos e o resultado líquido do exercício.
