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Investidores do bloco 2/05 demarcam-se de acordo entre operador e prestadora de serviços

Investidores do bloco petrolífero 2/05 anunciaram esta Segunda-feira que não reconhecem o acordo assinado entre o operador ETU Energias e a prestadora de serviços SLB por “falta de consulta prévia” sobre o projecto estimado em 500 milhões de dólares.

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Em declarações à Lusa, o empresário angolano Pedro Godinho, presidente da Prodoil, um dos membros do grupo empreiteiro do bloco 2/05, disse que o referido documento, assinado durante a Conferência Angola Oil & Gas 2023, que decorreu recentemente, viola o acordo de operações conjuntas.

"Em momento nenhum o operador tem que tomar decisões, à luz do acordo de operações conjuntas, que não sejam consensuais e sem o conhecimento dos demais membros", disse, referindo que o projecto poderá atingir os 500 milhões de dólares.

De acordo com o empresário do sector petrolífero, qualquer operação estratégica e estrutural deve ser discutida dentro pelo comité e a decisão não pode ser tomada unilateralmente, sobretudo devido os valores previstos.

"Eles prepararam esse contrato e não nos deram a conhecer, eles mandaram uma carta para os membros do grupo empreiteiro um dia antes de assinar o contrato sem sequer nos dar a conhecer os termos e condições, quer dizer não vimos o documento", realçou.

O grupo empreiteiro do bloco 2/05 é constituído somente por empresas angolanas, nomeadamente a ETU Energias (ex-Somoil) na qualidade de operador, com uma participação de 36 por cento, a Falcon Oil 24 por cento, a Prodoil 15 por cento, a Poliedro 12,5 por cento e a Kotoil 12,5 por cento.

A Falcon Oil, a Prodoil, a Poliedro e a Kotoil, que juntas perfazem 64 por cento de participações no grupo, decidiram demarcar-se do acordo que o operador rubricou com a SLB (ex-Schulumberger) prestadora de serviços à indústria petrolífera.

Em nota de imprensa, as empresas afirmam que não reconhecem o acordo por "falta de consulta prévia" sobre matérias que poderão ter impacto nas finanças do bloco operado pela ETU Energias.

"Se olharmos para a participação de todas as empresas, o operador só tem participação de 36 por cento", recordou Pedro Godinho, para justificar por que é que os referidos parceiros não reconhecem o acordo assinado.

"O que queremos dizer é que não reconhecemos esse acordo. Se tiver de haver um acordo que engaje os nossos 64 por cento, então, temos de abordar primeiro os termos e condições. Enquanto não formos envolvidos, não reconhecemos esse acordo", rematou o líder da Prodoil.

A Lusa contactou a direcção da ETU Energias, que prometeu uma reacção ainda hoje.

O acordo de serviços técnicos assinado entre a SLB e a Etu envolve o desenvolvimento de poços e serviços tecnológicos "end-to-end", "mostrando o compromisso das empresas em melhorar as infra-estruturas de exploração e produção em Angola, enquanto apresenta oportunidades de investimento no sector tecnológico do país", segundo um comunicado enviado na altura à agência Lusa.

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