Américo Fernandes, que avançou os números esta Quinta-feira na conferência Angola Oil&Gas, abordou algumas ameaças ao desenvolvimento do sector em Angola, designadamente a ausência de infra-estruturas, que faz com que não haja mercado e encarece o investimento e o acesso a capital, tecnologia e conhecimento.
Por outro lado, apontou oportunidades como o potencial de exploração, tendo sido identificados volumes prospectivos na ordem dos 52 biliões de pés cúbicos, que, sublinhou, não correspondem a reservas e sim ao volume potencial do reservatório.
"O que classificamos como reservas é o que vai sair do reservatório", explicitou, adiantando que os volumes de gás descobertos rondam os 36 biliões de pés cúbicos, dos quais 30 ou 40 por cento identificados como potencial oferta ao mercado.
"Se considerarmos que podemos recuperar 30 a 40 por cento deste volume, teríamos volumes recuperáveis de entre 10 e 15 biliões de pés cúbicos, isto é o que podemos oferecer ao mercado", precisou.
"Mas até fazermos poços, descobrir, não podemos dizer que vamos desenvolver e que temos reservas, não estamos nesta fase ainda, precisamos de fazer exploração", prosseguiu o especialista da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).
O primeiro fluxo de gás natural em Angola é esperado para 2026, anunciou na Quarta-feira um responsável da petrolífera italiana, Eni, um dos parceiros do primeiro consórcio de gás não associado, onde estão também a Chevron, a Sonangol, a BP e a Total.
A exploração dos campos Quiluma e Maboqueiro vai começar em 2026 com uma produção de 330 milhões de pés cúbicos padrão por dia (mmscf/dia).
A conferência Angola Oil&Gas, que começou na Quarta-feira e termina esta Quinta, junta em Luanda decisores políticos e responsáveis das principais multinacionais dos setores de petróleo e gás.