O Presidente, que foi questionado durante uma visita à província de Malanje, apelou ao bom senso da FAF, apesar de reconhecer que se houver clubes prevaricadores estes devem ser punidos, mas sem que o campeonato e o futebol em Angola fiquem comprometidos.
"Eu considero que se criou uma situação muito grave, se tivermos em conta que o futebol é, a nível mundial, o desporto das multidões, evidentemente, em Angola não é diferente, em Angola o futebol não é só desporto das multidões, mas é um desporto nacional", destacou.
Para João Lourenço, a situação que se criou é grave, porque ameaça não apenas o campeonato nacional, mas também o próprio futebol angolano.
"Deve haver bom senso e se houver a necessidade de se castigar algum prevaricador, que seja feito, mas que isso nunca ponha em jogo a continuidade do campeonato e muito menos que mate o futebol angolano", insistiu.
A Federação Angolana de Futebol (FAF) suspendeu, na Sexta-feira, o Petro de Luanda, treinado pelo português Alexandre Santos, de toda actividade desportiva, por dois anos, por alegado envolvimento dos bicampeões em esquemas de corrupção.
O castigo é aplicado pelo "não cumprimento do dever de colaboração a que está adstrito com a FAF, no âmbito do processo disciplinar instaurado", justificou o organismo em comunicado.
Em causa está um áudio divulgado nas redes sociais no qual o jogador do Petro Márcio Luvambo confirma que o emblema que representa pagou três milhões de kwanzas à Académica do Lobito para vencer o 1.º de Agosto, em jogo da Taça de Angola da época passada.
O Petro de Luanda venceu por 17 vezes o campeonato nacional de futebol, recorde do Girabola, incluindo as últimas duas edições, em ambas já sob o comando de Alexandre Santos.
O órgão disciplinar na FAF puniu também o Kabuscorp do Palanca com a pena de descida de divisão, para o segundo escalão, também por corrupção, durante o apuramento para o Girabola, suspendendo o presidente do clube, Bento Kangamba, por quatro anos.
O treinador da Académica do Lobito, Agostinho Tramagal, foi castigado com quatro anos de suspensão, numa punição também por corrupção, e também o 1.º de Agosto foi multado, por inobservância dos seus deveres com a FAF.
O jornalista Adolfo Manuel, da Rádio Nacional de Angola, é também visado no comunicado da FAF, por ter intermediado o acto de corrupção envolvendo o Kabuscorp e a Académica do Lobito, tendo os autos sido remetidos para as entidades reguladoras da profissão e para a sua entidade patronal.