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Estado encaixa 20,1 mil milhões de kwanzas com entrada de acções do Caixa Angola em bolsa

As acções do Banco Caixa Geral Angola (BCGA), particularmente 25 por cento detidas pelo Estado por via da Sonangol, estão disponíveis a partir desta Quinta-feira para a negociação no mercado de bolsa, operação que deve render 20.197.000.000 de kwanzas.

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A ministra das Finanças, Vera Daves, deu a conhecer que os resultados desta operação, além de permitirem a arrecadação de 20.197.000.000 de kwanzas, pela Sonangol, permitem também que 693 investidores, entre os quais trabalhadores do banco, sejam accionistas do BCGA.

A sessão de admissão à negociação das acções do BCGA, via Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), representa, segundo as autoridades, o culminar da oferta pública de venda da participação do Estado no âmbito do Programa de Privatizações (ProPriv).

O ProPriv, sublinhou a ministra, tem, por isso, "o condão de permitir que, através da oferta pública em bolsa de valores, sejam alienadas, de forma competitiva, acções de empresas de referência nacional, ao mesmo tempo que se dinamiza o mercado de capitais".

A oferta pública inicial compreende 5.000.000 de acções representativas de 25 por cento do capital social do BCGA detidas pela petrolífera Sonangol.

Para Vera Daves, com entrada do BCGA na Bodiva, o mercado de acções dispõe agora de novos títulos e novas oportunidades de investimento, também para os pequenos investidores, "consolidando um caminho desde há muito desejado para que o mercado de capitais proporcione, de facto, alternativas para o financiamento de projectos".

"Esta alternativa de financiamento e investimento será tanto mais robusta quanto mais ampla e mais efectiva for a educação financeira de todos os angolanos, numa perspectiva de conhecimento de todas as alternativas para a poupança e o investimento, assim como dos riscos inerentes", disse.

Segundo Vera Daves, apesar do momento particular da economia angolana, agravado pelos desafios decorrentes da conjuntura económica e geopolítica mundial, o Governo está satisfeito com os resultados alcançados nos processos de privatização das empresas do sector financeiro.

Esta foi a terceira acção de privatização de activos financeiros, via Bodiva, depois da privatização de 100 por cento das acções do banco BCI (Banco Comércio Angola), por via leilão em bolsa, e a oferta pública de venda de 10 por cento das acções do banco BAI (Banco Angolano de Investimentos).

O ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, Manuel Nunes Júnior, disse, na ocasião, que a disposição das acções do BCGA para negociação no mercado de bolsa reafirma o papel do mercado de capitais angolano como um "mecanismo transparente e eficiente" para o financiamento de empresas.

"Os indicadores desta operação são um sinal positivo da confiança e das expectativas dos investidores na economia angolana e do interesse dos mesmos em diversificar as fontes de rentabilização das suas poupanças, através do investimento em novos instrumentos financeiros", frisou o ministro.

Nunes Júnior acrescentou que "as reformas em Angola vão continuar no sentido de consolidar a estabilidade macroeconómica e de introduzir as mudanças estruturais que se impõem na nossa economia, de modo a torná-la cada vez menos dependente do petróleo".

O lote de 25 por cento do capital destina-se a três grupos de investidores: 15 por cento do capital destina-se aos actuais accionistas angolanos, 2 por cento a colaboradores e membros dos órgãos sociais e 8 por cento ao público em geral.

Francisco Rosado dos Santos acredita que este preço é adequado para o dinamismo do mercado. "Tentámos encontrar um preço — e comparando com a outra acção que está cotada — que permitisse a um angolano pertencente ao público em geral e que quisesse adquirir (acções) sem grande desconforto para as suas finanças pessoais".

O Estado português, através da Caixa Geral de Depósitos, é o maior accionista do Caixa Angola, sendo o restante capital distribuído pelos empresários angolanos António Mosquito e Jaime Freitas (12 por cento cada um), Sonangol EP (24 por cento) e Sonangol Holding.

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