Os contratos, de acordo com a reportagem, terão valido milhões de euros à empresa EMFC – Consulting, S.A, detida pelo actual chefe de gabinete de João Lourenço. A TVI avança ainda que os contratos públicos terão sido aprovados pelo próprio Presidente.
Os milhões arrecadados com a prestação de serviços terão sido usados para comprar casas de luxo em Portugal. Além disso, a reportagem, transmitida esta Segunda-feira, dia 21 de Setembro, revela ainda que Edeltrudes Costa terá enviado dinheiro para o Panamá, com recurso a uma agência do então Banco Espírito Santo (BES), na zona da Madeira.
Entre os vários serviços adjudicados à EMFC está um contrato que previa a modernização de um dos aeroportos do país. Segundo a TVI, o contrato é referente a Fevereiro do ano passado e o Presidente da República terá aprovado, num despacho, a contratação da empresa Roland Berger, que previa a subcontratação da EMFC.
Parte do dinheiro arrecadado com o negócio terá sido transferido para Portugal, o que levantou suspeitas e levou o banco central a investigar as operações bancárias de Edeltrudes Costa.
Segundo um extracto bancário, a que a TVI teve acesso, o actual chefe de gabinete de João Lourenço, apesar de nunca ter ocupado cargos com um salário avultado, tinha na sua conta o equivalente a 20 milhões de euros.
O dinheiro terá sido usado para comprar uma casa em Cascais, que custou mais de 2,5 milhões de euros. A casa está em nome da sua ex-mulher, Ariete Faria, que também pertence ao conselho de administração da EMFC.
Já com o dinheiro transferido a partir da Madeira, Edeltrudes terá comprado um apartamento luxuoso no Panamá, numa das propriedades de Donald Trump, o actual presidente dos Estados Unidos da América.
Outro negócio revelado pela TVI está ligado à Comissão Nacional Eleitoral de Angola, num serviço que a EMFC realizou para as eleições que João Lourenço venceu. Este serviço terá rendido à empresa cerca de um milhão de euros.
A TVI contactou João Lourenço e Eldetrudes Costa, mas estes não prestaram esclarecimentos.