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JES vai ser ouvido em processo que envolve Lula da Silva, Odebrecht e tráfico de influências

José Eduardo dos Santos vai ser ouvido num processo que envolve o ex-presidente do Brasil, Lula da Silva. Segundo avança o jornal O Globo, a acção judicial diz respeito ao alegado tráfico de influências em contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) com a construtora brasileira Odebrecht em Angola.

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O tribunal brasileiro pediu para que a defesa dos arguidos envie as questões que deseja ver respondidas a José Eduardo dos Santos, de forma a que o antigo governante consiga responder por escrito.

O jornal brasileiro adianta ainda que além de José Eduardo dos Santos, outros ministros angolanos, que terão participado nos contratos, também irão responder no processo. No entanto, o tribunal não revelou os nomes dos ministros que irão prestar declarações.

A decisão de ouvir José Eduardo dos Santos surgiu a pedido da defesa de Lula da Silva. Os advogados do antigo presidente brasileiro querem provar que já existia uma relação entre a construtora e o Governo angolano antes de Lula da Silva ter assumido a presidência daquele país.

Relação essa que tem feito correr tinta: em Junho passado, o jornal espanhol El País noticiou que a construtora, através da Klienfeld – uma empresa usada pela Odebrecht para, alegadamente, comprar vontades políticas –, terá transferido cerca de quatro milhões de euros entre 2008 e 2009 para uma conta, na Banca Privada d'Andorra, de Edson N'Dalu Leite de Morais, filho do antigo ministro das Finanças, José Pedro de Morais.

O jornal espanhol, que cita um relatório da Unidad Inteligencia Financiera de Andorra, revelou que os investigadores acreditavam que aquela conta serviria para "pagar a terceiros". A tese de investigação é sustentada, de acordo com o documento, como o facto de a conta ter sido, alegadamente, usada para transferir cerca de 100 mil euros para o antigo ministro das Finanças, José Pedro de Morais bem como para "pagar um catamarã, no valor de 178 mil euros, um camião, um Mercedes Benz", entre outros produtos luxuosos.

Os investigadores referiam que não era possível saber quem era o verdadeiro dono do dinheiro daquela conta.

 

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