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Independentistas de Cabinda acusam exército de matar quatro civis

A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC-FAC) condenou “veementemente” um ataque contra civis, que atribuiu às forças armadas angolanas e que provocou quatro mortos, perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo).

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A incursão aconteceu no Domingo à noite na aldeia de Macama-Zila, na região fronteiriça de Tando-Zinzi, segundo um comunicado assinado pelo porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas de Cabinda (FAC), António do Rosário Luciano.

"O presidente angolano, João Lourenço, intensificou perigosamente as provocações no território de Cabinda e campos refugiados cabindenses, nos dois Congos", salienta o documento, classificando a atitude como "inaceitável" e avisando que a espiral de violência não tem parado de aumentar.

A FLEC-FAC reafirmou o seu apelo à comunidade internacional para resolver o conflito naquela província do norte de Angola, geograficamente separada do resto do país e delimitado pela República do Congo, RDCongo e Oceano Atlântico.

Já na semana passada o movimento independentista tinha denunciado "manobras hostis do Governo angolano contra os refugiados cabindenses nos Congos".

"Com o falso argumento de estar a lançar uma campanha de sensibilização às populações refugiadas na RDCongoe no Congo-Brazzaville, representantes do governo angolano têm penetrado nos centros de refugiados sem qualquer legitimidade e com intentos dúbios, entre os quais de um falso registo dos refugiados, sem darem explicações sobre a sua futura utilização", disse na altura o secretário-geral da FLEC-FAC, Jacinto António Télica.

Os separatistas identificam alguns episódios: a 11 de Agosto uma caravana de seis carros de uma delegação chefiada pelo cônsul angolano em Matadi penetrou inesperadamente no centro de Seke Zole, tendo também circulado nos centros de Nlundu-Matende e Mfuiki.

A 9 de Setembro outra delegação do consulado angolano em Ponta Negra, "com o mesmo falso argumento de sensibilização, mas com vista ao repatriamento forçado dos refugiados", chegou ao centro de Conde-Mbaka.

Delegações de Angola e da República Democrática do Congo estão reunidas em Luanda para analisar questões de defesa e segurança na fronteira comum, que devem culminar na quarta-feira com a assinatura de dois acordos: o Acordo de Cooperação entre os Ministérios do Interior de Angola e da República Democrática do Congo, em matéria de Segurança e Ordem Pública e um outro acordo, em matéria de Circulação de Pessoas e Bens, ao longo da fronteira.

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