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Marcelo Rebelo de Sousa já está em Angola: “A minha presença é a presença de milhões de portugueses”

O Presidente de Portugal considerou a sua presença em Angola para a cerimónia de investidura do Presidente eleito, João Lourenço, uma reafirmação da fraternidade entre os povos angolano e português e entre os dois Estados.

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Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à chegada a Luanda, no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, onde foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores de Angola.

O PR português diz tratar-se de um momento "particularmente simbólico", que fundamentalmente traduz o "sentimento forte de milhões de portugueses em relação a milhões de angolanos, sabendo que é recíproco". "É um sentimento de grande alegria, um sentimento pessoal, mas sobretudo dos portugueses e das portuguesas que eu represento", disse.

Instado pela agência Lusa a comentar o facto de ter sido um dos primeiros chefes de estado a felicitar João Lourenço pela vitória nas eleições, o Presidente português referiu que o relacionamento "mais intenso" entre os dois países justificou a posição. "Porque o nosso relacionamento é mais intenso do que os outros relacionamentos dos outros Estados e, portanto, isso explica o porquê de, naturalmente, sermos dos primeiros ou mesmo os primeiros, atentos como estávamos ao que se passava, a exprimir aquilo que entendíamos que era muito importante: a felicitação ao presidente eleito e a reafirmação de um relacionamento fraternal entre povos e Estados", frisou.

A nível pessoal, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que é também grande a sua expectativa, por se tratar de "uma amizade muito grande". "São expectativas à medida da amizade, é uma amizade profunda entre povos, entre Estados e, portanto, estamos sempre, para além daquilo que em cada momento é preciso ir equacionando, sempre muito empenhados em aprofundar, em adensar, em levar mais longe esse relacionamento", referiu.

Marcelo a banhos em Luanda

Marcelo Rebelo de Sousa passeou esta Segunda-feira pela capital e nadou cerca de meia hora no mar, junto à ilha de Luanda.

Como o próprio Marcelo acabaria por explicar a meio da manhã, o mergulho no Atlântico, junto à ilha de Luanda, serviu para recordar os anos em que, após 2005, dava aulas na Universidade Agostinho Neto, na capital, dias que começavam também com uma ida a banhos, bem cedo.

"Então, de manhãzinha, vinha aqui nadar. Exactamente no mesmo sítio, com as mesmas correntes, puxa ligeiramente para fora, mas uma água quente, muito quente e muito transparente, muito pouco poluída. Está óptima e é um bom começo de dia", enfatizou Marcelo.

Neste regresso a Angola, o Presidente português realçou as "relações fraternais" entre os dois países, e as "correntes" de portugueses e angolanos que se cruzam em ambos os sentidos, para concluir que não podia deixar de estar na cerimónia de investidura do novo chefe de Estado angolano, por ser uma "festa de família". "A minha presença é a presença de milhões de portugueses", sublinhou.

Além do mergulho no Atlântico, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a marginal de Luanda, altura aproveitada por vários angolanos para tirarem as já habituais selfies com o chefe de Estado português, que durante a tarde tem visita prevista à Universidade Agostinho Neto, para reencontrar antigos alunos.

"Eu já estou tão velho, tão velho, tão velho, que já tenho antigos alunos, antigos mestrandos, que estão a chegar, que já chegaram ou que vão chegar a lugares importantes na política e na administração. Veja lá a minha idade", brincou o chefe de Estado português, em declarações aos jornalistas.

Sublinhou ainda que, entre as empresas portuguesas, "há ideia de continuar a investir em Angola", apesar da crise que o país atravessa, o que pode ser facilitado pela "predisposição" do Governo português em abrir linhas de crédito para facilitar pagamentos.

A oportunidade foi ainda aproveitada para desvalorizar as dúvidas sobre o estado das relações entre Portugal e Angola, nomeadamente devido às investigações da Justiça portuguesa a figuras do regime angolano. "Aquilo que nos une é muito mais do que aquilo que nos pode separar", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que classifica estes atritos como problemas em família.

"Angola pode contar com Portugal, com as empresas, os empresários, os trabalhadores portugueses. E Portugal também obviamente conta com os milhares de angolanos que lá vivem, que lá trabalham que lá criam riqueza, a todos os níveis, na economia, na sociedade portuguesa. Estamos juntos, estamos juntos e isso ninguém nos tira", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

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