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Gastronomia

Do funge ao sushi, a Tupuca é a primeira empresa angolana de entrega de refeições ao domicílio

Ainda não tinha nascido e já era uma ideia internacional. É verdade, a Tupuca começou a ser pensada do outro lado do Atlântico, na Califórnia. Nem os milhares de quilómetros – com um sócio a residir nos EUA e outro em Luanda – impediram que estes empreendedores criassem a primeira empresa angolana de entrega de refeições ao domicílio. A ideia foi bem aceite “cá na banda” e agora basta descarregar a aplicação, escolher o que quer comer e ir levantar a encomenda ou pedir a um “tupuquinha” que a leve até si. Uma inovação que garantiu quase entrada directa no Top 10 das melhores startups do país.

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Como é que surgiu a ideia de um projecto de entrega de comida em Angola?

Em 2014 surgiu a oportunidade de construirmos uma plataforma e-commerce para venda de roupa, mas porque iria muito além das expectativas e porque daria um trabalho enorme enquadrar as boutiques na plataforma, desistimos da ideia e criamos o Pitéu 24H/24H. O propósito era o de fazer vendas online do menu que os restaurantes ofereciam, mas descobrirmos na nossa caminhada que o nome já tinha sido utilizado. Assim, abandonamos a ideia inicial e criamos outro projecto.

Em 2015, enquanto terminava um Mestrado em Empreendedorismo Social em São Francisco, na Califórnia, comecei a explorar soluções locais de entrega de refeições ao domicílio em Bay Area. Às vezes por necessidade, outras por conveniência (não querer sair de casa ou da universidade) e outras vezes simplesmente por preguiça.

Com um sócio a residir em Luanda, o Patrice Francisco, tratamos de todos os assuntos, como estudos de mercado e partilhamos esta ideia de crescimento do negócio. Então, comecei a desenhar nos Estados Unidos a primeira empresa angolana de entrega de refeições ao domicílio, onde os pedidos são feitos online através de um aplicativo móvel.

Quais são os vossos objectivos e como marcam a diferença relativamente a outras aplicações já existentes?

Os nossos objectivos são: ser sempre a empresa de referência no mercado angolano no sector de entregas e crescer de maneira sustentável, tornando-nos referência na África Subsariana no sector de entregas

A principal diferença entre a Tupuca e outras aplicações é que fomos pioneiros no mercado angolano. O utilizador tem acesso a uma grande variedade de opções de refeições tudo na palma da sua mão, a estrutura de preços é acessível para todo tipo de clientes e utilizado a tecnologia mais avançada e adaptada para o mercado africano.

Como é que podem ser feitas as encomendas através da Tupuca? Quais são as formas de entrega dos pedidos?

Encomendar no aplicativo Tupuca é simples. Basta seguir as seguintes instruções: descarregar a aplicação na App Store ou na Google Play Store, navegar entre os vários restaurantes e seleccionar uma refeição. Depois é só adicionar o endereço e escolher entre take-away ou entrega ao domicílio. Costumamos dizer: submeta a encomenda e o restaurante prepara, a Tupuca entrega, o cliente paga e bom apetite!

As entregas dos pedidos podem ser feitas com take-away (cliente vai até ao restaurante levantar a encomenda) ou entrega ao domicílio (feita pelo nosso Tupuquinha).

Que tipo de refeições é possível encomendar? Quais os restaurantes associados ao projecto?

Só não entregamos bolos de casamento (risos)! No aplicativo Tupuca encontra-se todo tipo de refeições, zelamos pela variedade. Temos desde funge até ao sushi.

Temos vários restaurantes associados ao projecto, desde o Aromas, à Sukara.

Quais as preferências dos angolanos?

Os angolanos são unânimes, e gostam de comida portuguesa. A seguir está o hambúrguer, que também é muito apreciado.

O serviço de take-away e entrega ao domicílio de alimentos funciona somente em Luanda ou já chegaram a outras províncias de Angola?

De momento, só estamos Luanda. Mas brevemente iremos expandir-nos para as outras províncias, principalmente nas capitais.

A Tupuca poderá também ser uma opção com benefícios para as próprias empresas ligadas ao negócio da restauração. Explique-nos como.

A Tupuca foi criada para servir e colaborar com todos. Temos um modelo de negócio que se adapta a toda indústria de restauração. Por enquanto ainda não podemos divulgar esta explicação por razões do próprio mercado.

O Seedstars World é uma competição prestigiada que distingue os melhores dos melhores. Foi por isso que decidiram concorrer?

Também foi umas das razões. Um dos nossos objectivos na Tupuca é estarmos bem posicionados no mercado internacional, demonstrando aos investidores internacionais que o mercado angolano está preparado para este tipo de projectos e que existe um ecossistema de jovens a trabalhar em startups. 

Como encararam a concorrência deste ano? Angola esta recheada de jovens empreendedores talentosos?

Super! Temos muitos jovens empreendedores talentosos. Precisamos de mais exposição porque já conseguimos produzir bons projectos.

Apesar de não terem sido a startup vencedora, ficar entre as 10 finalistas é um motivo de orgulho. O que faltou para conseguir representar o nosso país no Seedstars World?

Só o facto de sabermos que não estamos sozinhos nesta jornada de empreendedorismo já é um motivo de conforto e orgulho. Digamos que faltou e também não faltou. Em termos de solução nacional para ser utilizada agora, acho que não faltou nada. Agora em termos internacionalização faltaram alguns aspectos como a escalabilidade. O vencedor está muito bem posicionado para representar bem Angola. Entretanto, estamos a trabalhar para suprir esses aspectos.

De que forma a vossa participação no evento foi benéfica para o vosso projecto?

Cumprimos com todos os nossos objectivos. Saímos do evento com reuniões marcadas com decisores do mercado angolano para possíveis investimentos. A exposição internacional aumentou ao ponto de sermos comparados com a Jumia Food (Hello Food Nigeria) e outros grandes players.

Quais os vossos planos para o futuro? Há novidades a caminho?

Solidificar a nossa presença no mercado angolano, com vários tipos de ofertas associadas ao sector de entregas, é o caminho pelo qual queremos seguir.

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