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Ambiente

Seca custou 0,7 por cento do PIB do país desde 2014

A seca dos últimos que se vive no sul de Angola desde 2014 representa prejuízos de 123,4 mil milhões de kwanzas, equivalente a 0,7 por cento do PIB, segundo uma avaliação conjunta do Governo e Nações Unidas.

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De acordo com uma informação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) a que a Lusa teve hoje acesso, a situação afecta sobretudo as províncias da Huíla, Cunene e Namíbia e levou à implementação de projectos de emergência para "responder aos efeitos climáticos do ‘El Nino'", nos últimos seis meses.

A "avaliação de necessidades" feita pelas várias organizações das Nações Unidas que actuam em Angola e o Governo apontam perdas - bens que deixaram de ter utilização - de 74,7 mil milhões de kwanzas e danos - equipamentos afetados - à volta de 49 mil milhões de kwanzas devido ao "impacto das secas" entre 2014 e 2016.

A título de exemplo, o PNUD identifica que em 2016, nesta região do sul, cerca de 40 por cento da produção agrícola perdeu-se, devido à prolongada falta de chuva.

Este total corresponde a mais de 0,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional estimado para este ano pelo Governo, que ronda os 16,8 biliões de kwanzas.

A seca persistente no sul de Angola é tema de um seminário que organizado e que envolve os governos das três provinciais mais afectadas, o Governo central, organizações internacionais e agências das Nações Unidas, que decorre desde Segunda-feira na cidade do Lubango.

Para minimizar os efeitos da seca prolongada nesta zona do país, as acções levadas a cabo por agências das Nações Unidas, com fundos de emergência, já ascendem a sete milhões de dólares nos últimos seis meses. Segundo os dados avançados no seminário pelo coordenador residente do Sistema das Nações Unidas em Angola, Pier Paolo Balladelli, mais de 2900 famílias melhoraram a capacidade técnica de produção agrícola e foi reforçada a saúde animal de cerca 5000 famílias.

"Mais de 9800 crianças com malnutrição aguda foram tratadas através da distribuição de suplementos terapêuticos, onde 590 técnicos da saúde foram formados em diagnóstico de malnutrição aguda sem complicações e 220 agentes comunitários aprenderam a identificar crianças em risco", explicou Balladelli.

Além disso, disse ainda, cerca de 14.000 pessoas passaram a ter acesso a água potável através de bombas manuais reabilitadas, 40.000 pessoas vivem agora em comunidades com latrinas e quase 71.000 receberam kits de higiene. Foram ainda formados 10.300 jovens, em temáticas de saúde e higiene reprodutiva, e 2.400 receberam kits de higiene pessoal.

"Complementando as acções de emergência, há que também trabalhar com intervenções de meio e longo termo de adaptação às mudanças climáticas", apontou Pier Paolo Balladelli, sublinhando o projecto da bacia hidrográfica do rio Cuvelai, do Ministério de Ambiente, como um desses exemplos.

Enfatizou ser necessário um plano nacional para "aumentar a resiliência da população no sul do país", nomeadamente com iniciativas de microcréditos e na área da agro-pecuária, "e com planos de tipo macroeconómico para políticas ‘contra cíclicas' e para potenciar as redes de protecção social".

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