Segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA) compilados pela agência Lusa, depois de quedas consecutivas, estas reservas voltaram a subir de Julho para Agosto, tal como tinha acontecido apenas em Maio.
Ainda assim, entre Janeiro e Agosto, Angola viu estas reservas, necessárias para garantir nomeadamente as importações nacionais de matéria-prima ou de alimentos, reduzirem-se em quase 9 por cento, fruto da crise da cotação internacional do petróleo, que diminuiu as receitas angolanas e a entrada de divisas no país.
Apesar do ligeiro aumento destas reservas em Agosto, trata-se do segundo pior registo mensal de 2015, depois dos 24.170 milhões de dólares em Julho.
Desde Janeiro, as RIL angolanas já perderam 2351 milhões de dólares em valor, facto a que não é alheia a crise cambial que o país vive há vários meses e que levou o BNA a aumentar, entre Maio e Junho, a injecção de divisas (dólares) nos bancos comerciais.
No final de 2014, as RIL fixavam-se em 27.478 mil milhões de dólares, montante suficiente para garantir à volta de seis meses das necessidades de importações por Angola.
Na revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, aprovado em Março e que surgiu face à forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo, o executivo angolano já previa uma descida dessas reservas para cinco meses de importações.
As reservas contabilizadas pelo BNA são constituídas com base em disponibilidades e aplicações sobre não residentes, bem como obrigações de curto prazo.
Incluem-se ainda as reservas angolanas de ouro, que em agostou aumentaram para 84.639 milhões de kwanzas.
Devido à crise da cotação do crude, que fez as receitas fiscais petrolíferas de Angola caírem para cerca de metade nos últimos meses, e, por consequência, a entrada de divisas no país, o Governo prevê uma redução de 28,4 por cento nas mesmas reservas em 2015.
"Na eventualidade de a situação de crise perdurar durante todo o ano, a perda de RIL poderá elevar-se a -8.005,39 milhões de dólares, posicionado o 'stock' de RIL em 19.277,18 milhões de dólares", lê-se no documento que sustenta o OGE revisto de 2015.
Na crise petrolífera de 2009, as RIL angolanas reduziram-se até aos 13 mil milhões de dólares, o que obrigou o Governo angolano a pedir um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional no valor de 1.375 milhões de dólares.