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Economia

Injecção de dólares na banca mantém mínimos semanais de 284 milhões

O Banco Nacional de Angola (BNA) manteve praticamente inalterada a injecção de divisas nos bancos comerciais do país na última semana, cerca de 284,4 milhões de dólares, face ao período anterior.

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A informação resulta do relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, ao qual a Lusa teve acesso, sobre a venda de divisas entre 21 e 25 de Setembro, realizada a uma taxa interbancária média de 135,976 kwanzas.

Há cerca de um ano, esta mesma taxa rondava os 99 kwanzas por cada dólar norte-americano, o que representa uma desvalorização de 37,3 por cento, reflexo da falta de divisas que o país enfrenta, em função da quebra para metade da cotação do barril de petróleo, que representa mais de 98 por cento das exportações angolanas.

Entre 14 e 16 de Setembro (apenas três dias úteis, devido ao feriado do 17 de Setembro e à tolerância de ponto concedida pelo Governo), o BNA tinha realizado vendas de divisas aos bancos comerciais no valor de 281,4 milhões de dólares, o que então tinha já representado uma quebra de 40 por cento face à anterior. O volume de divisas injectado na banca comercial continua assim a rondar mínimos (semanais) do ano.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica, face à redução de receitas fiscais com o petróleo, e por consequência cambial, devido à redução da entrada de divisas no país, necessárias para garantir as importações de máquinas, matéria-prima e alimentos.

Para tentar retirar pressão de procura aos bancos, o BNA voltou a realizar um leilão de venda de divisas directamente às casas de câmbio.

Foram distribuídos, a 23 de Setembro, um total de 10 milhões de dólares por 41 das 48 casas de câmbio em situação legal, sendo que estas eram antes obrigadas a comprar directamente aos bancos, que por sua vez alegavam não ter divisas suficientes.

Contudo, mantêm-se as dificuldades no acesso a moeda estrangeira nos bancos, com o mercado paralelo, de rua, a apresentar taxas de câmbio acima dos 220 kwanzas por cada dólar, para compra de moeda estrangeira.

Esta taxa não para de aumentar há várias semanas, conforme constatou a Lusa nas ruas de Luanda, junto deste mercado paralelo.

A situação actual de falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

O banco central anunciou no final de Maio que aquela instituição passou a ter "elementos para flexibilizar" a gestão do mercado cambial, nomeadamente através do aumento de dois para três leilões de divisas (vendas aos bancos) semanais, para regularizar o fluxo de divisas.

"A procura [de divisas, na banca comercial] não diminuiu. O problema é que eu, pessoalmente, acredito que nem toda a procura de divisas é legítima. Portanto, quando nós pudermos ter uma procura legítima, de certeza que não vai haver falta de divisas", afirmou a 25 de Julho o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior.

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