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Economia

Sindicatos denunciam redução do poder de compra dos trabalhadores angolanos

O secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores Angolanos - Confederação Sindical (UNTA-CS) admite que o segundo semestre de 2015 está a ser ainda mais complicado para os trabalhadores, a começar pela redução do poder de compra, devido à inflação.

Bloomberg:

Manuel Viage falava em declarações à agência Lusa, em Luanda, numa altura em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a inflação no país nos últimos 12 meses, até Agosto, ultrapassou os 11 por cento, muito acima da previsão do Governo para 2015, que era de até 9 por cento. "Estamos a falar de um ano muito complicado", admitiu o responsável da confederação sindical angolana.

O sindicalista recordou que além do aumento dos preços, relacionado com a crise do petróleo, que reduziu a entrada de receitas e divisas no país, os mais de 380 mil funcionários públicos não contaram com qualquer aumento salarial este ano por decisão do Governo, precisamente devido à necessidade de corte nas despesas públicas.

E no cenário actual, apesar da inflação galopante, que segundo o sindicalista poderá ultrapassar os 15 por cento no final do ano, Manuel Viage descarta a possibilidade de aumentos no sector público a curto prazo, mesmo apesar da constante redução do poder de compra. "Honestamente, penso que não há um quadro que propicie aumentos, pelo menos no sector público", disse.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou em Julho uma melhoria da situação financeira e económica no segundo semestre do ano, recuperando dos efeitos da quebra da cotação internacional do barril de crude, que fez diminuir para metade as receitas fiscais petrolíferas angolanos.

Essa melhoria deveria permitir uma maior folga orçamental, no entanto Manuel Viage afirma que não é esse o cenário sentido pelos trabalhadores.

"É um bocadinho contrário às perspectivas do senhor Presidente da República, que anunciou que teríamos um segundo semestre mais folgado, mas não me parece que é isso que está a acontecer. Temos a taxa de inflação, a constante desvalorização da moeda, que tem tido efeitos drásticos nos rendimentos dos trabalhadores", apontou, assumindo preocupação com o momento actual.

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