Ver Angola

Comércio

Autarca português e presidente da Confederação Europa-África defendem criação de marca "África"

Os presidentes da Câmara Municipal da cidade do Porto, a Norte de Portugal, e da Confederação Empresarial Europa-África, Rui Moreira e Francisco Viana, respectivamente, defenderam hoje, no Porto, a criação da marca “África” que facilite a criação de “um mercado único” entre os dois continentes.

:

“Penso que devemos ir mais longe e começar a afirmar a marca África em termos dos seus produtos. A África exportadora de matérias-primas pode ser também uma áfrica exportadora de produtos com outro nível de qualidade e com outro nível de aperfeiçoamento”, defendeu Rui Moreira, na abertura do Fórum Económico Europa-África.

Segundo o autarca do Porto, “é esse aperfeiçoamento da marca que vai permitir seguramente ganhar massa crítica por um lado e por outro lado valor acrescentado, que é isso que é preciso”.

“E aqui, há muito a fazer, é uma tarefa dantesca mas que tem de ser começada. Eu acredito muito no marketing, por isso acreditei na criação da marca Porto. Estes exercícios não são exercícios de vaidade nem de orgulho, são exercícios de marketing virados exactamente para identificação de produtos e isso pode ser um bom exemplo daquilo que possa suceder”, acrescentou.

Também Francisco Viana referiu que “há a ideia de criar a marca africana, uma marca que pode ser partilhada. Se nós podemos partilhar a marca também podemos partilhar os vários mercados. O grande objectivo será aproximar-nos daquilo que será um mercado único Europa-África”.

“Não é fácil, mas já estivemos mais longe. Acredito que daqui por dez anos vamos ter um mercado africano mais consistente, que será o parceiro ideal para lidar com a União Europeia e com os mercados ligados à Rússia e juntos termos facilidade de circulação e facilidade de venda de mercadorias. Hoje estamos a iniciar este movimento em prol de uma aliança Europa-África para a prosperidade”, considerou.

O presidente da Confederação Empresarial Europa-África (COFEA) salientou a necessidade de “deixar para trás as velhas questões do colonialismo e olhar para a Europa, nós africanos, como um parceiro, um amigo com quem se possa fazer negócios e partilharmos o mercado africano e o mercado europeu”.

“Temos outras nações que estão a cobiçar o continente africano. Temos os chineses a procurar entrar em força em África. Como africanos, damos as boas-vindas, mas gostaríamos de estabelecer com a Europa uma parceria especial”, sublinhou.

Francisco Viana acrescentou: “Estamos no mesmo fuso horário, temos as matérias-primas que a Europa precisa e a Europa tem a tecnologia que nós precisamos para desenvolver essas matérias-primas. Então, podemos fazer um género de uma partilha”.

E é essa partilha que o presidente da COFEA diz que já está a ser trabalhada com a Associação Empresarial de Portugal.

O “Pulsar de África” é o tema central do Fórum Económico que começou esta quinta-feira no Palácio da Bolsa, no Porto. O Fórum recebe a participação de uma delegação com 50 empresários e altos dignitários africanos, com especial representação da comunidade lusófona, e percorrerá seis cidades europeias, até 22 de Setembro.

No foco do debate estarão questões sobre o desenvolvimento sustentado de África no pós-2015 e o futuro da cooperação económica com a Europa.

A COFEA, que organiza o evento, salienta que depois de África ter registado “um dos maiores crescimentos globais nas três últimas décadas, com doze países a crescerem acima da média global, importa agora levantar o debate sobre como continuar a crescer e em que áreas estratégicas se deverá investir para assegurar o crescimento, com especial atenção para o papel das regiões económicas e dos acordos de livre comércio”.

Angola, Cabo Verde, Gana e as cidades portuguesas Porto, Famalicão e Cascais estão em relevo na bolsa de oportunidades de negócios e investimento, com especial enfoque para as infra-estruturas e desenvolvimento sustentável das cidades.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.