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Equipa exclusivamente feminina realiza primeira cirurgia cardíaca pediátrica complexa com sucesso no país

Uma equipa formada exclusivamente por mulheres entrou para a história da medicina angolana, ao ter realizado, pela primeira vez no país, uma cirurgia cardíaca pediátrica de alta complexidade com sucesso. Outro marco a destacar neste caso, é o facto de a primeira mulher angolana formada em cirurgia cardíaca pediátrica, com especialização terminada em Cuba, Joseneidy Ariana Fernandes Carvalho, ter conduzido a operação.

: Facebook Nilsa Batalha
Facebook Nilsa Batalha  

"Pela primeira vez em Angola, uma cirurgia cardíaca pediátrica de alta complexidade foi realizada com sucesso por uma equipa composta exclusivamente por profissionais do sexo feminino", anunciou o Ministério da Saúde em comunicado.

Segundo a nota da tutela, a operação decorreu na passada Segunda-feira, no Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento.

A intervenção "envolveu uma criança de 13 anos, diagnosticada com insuficiência valvular reumática grave".

Outro marco a destacar prende-se com o facto de a primeira mulher angolana formada em cirurgia cardíaca pediátrica ter conduzido a cirurgia.

"A operação foi conduzida pela cirurgiã cardiovascular Joseneidy Ariana Fernandes Carvalho, de 33 anos de idade, a primeira mulher angolana formada em cirurgia cardíaca pediátrica, com especialização concluída em Cuba", lê-se na nota.

Além da cirurgiã cardiovascular, a equipa foi igualmente composta por "anestesistas, perfusionista, instrumentista, circulante e assistente cirúrgica, todas mulheres".

Joseneidy Carvalho disse que só a meio do procedimento é que se apercebeu que a equipa era exclusivamente composta por mulheres: "Tive a honra de liderar uma equipa composta inteiramente por mulheres, o que só percebi a meio do procedimento. Estávamos tão concentradas na paciente que o detalhe passou despercebido. Só mais tarde nos demos conta do simbolismo daquele momento: éramos oito mulheres, unidas por uma missão comum, salvar uma vida".

"Ser cirurgiã ainda é visto como algo raro para uma mulher, mas não devia ser. Podemos ser delicadas e, ao mesmo tempo, firmes e competentes. Espero que este momento inspire outras jovens médicas a entrarem para áreas cirúrgicas. Precisamos de mais mulheres nesta especialidade", acrescentou, citada pela Angop.

A operação, adianta a nota, teve uma duração de aproximadamente quatro horas, "tendo sido substituída a válvula do coração por uma prótese biológica".

Igualmente do sexo feminino, a paciente está a evoluir favoravelmente. A sua transferência da Unidade de Cuidados Intensivos para a enfermaria aconteceu 36 horas depois do procedimento.

Sobre a recuperação, a cirurgiã cardiovascular afirmou que as crianças apresentam uma recuperação impressionante e que a paciente já está a caminhar pela enfermaria e a interagir com a equipa, escreve a Angop.

"Apesar de não ter sido uma operação planejada com enfoque de género, o facto de ter sido realizada exclusivamente por mulheres ganha destaque como um marco simbólico para o sector da saúde em Angola, tradicionalmente dominado por figuras masculinas nas especialidades cirúrgicas", refere ainda a tutela, dando os parabéns à equipa.

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