A informação foi avançada por João Joaquim, director-geral da referida cooperativa, que, em entrevista ao Jornal de Angola, informou que o projecto poderá ser implementado na segunda quinzena de Fevereiro do próximo ano e que vai incluir inicialmente dois municípios, nomeadamente Viana e Belas.
O plano prevê construir estruturas redondas com 13 diâmetros e 1,5 metros de altura e tem em vista a produção em larga escala de peixe.
Com desenvolvimento com recurso a fundos próprios, a iniciativa tem aproximadamente 20 associados e, ao ser concluída, beneficiará 30 jovens com postos de trabalho directos e 60 com indirectos, com quase a totalidade (90 por cento) dos recursos humanos a serem contratados a nível local.
Embora a sua implementação inicial esteja direccionada à província de Luanda, o projecto assume carácter nacional, especialmente em regiões remotas de Malanje, Cuando Cubango, Moxico e o leste do país, onde a disponibilidade de peixe é quase nula, sendo que, nestas regiões, serão erguidos 15 tanques para a produção intensiva de peixes, escreve o Jornal de Angola.
A ser desenvolvido por meio da criação do Pólo Educacional voltado para a tilapicultura em todo o país, o projecto vai proporcionar uma fonte alimentar sustentável, bem como pode vir a gerar empregos e aumentar os rendimentos de bastantes famílias locais.
"No âmbito da expansão do programa, existe a grande necessidade de trabalhar com as famílias no sentido de formar, incentivar e promover a criação de tilápia para o auto-sustento, bem como desenvolver a cadeia de negócio deste produto", referiu o responsável.
No que diz respeito à origem da matéria-prima, o director-geral da cooperativa assegurou que há algumas organizações locais que detêm alevinos destinados para a criação e para a produção de ração, ao frango, e outros produtos que há em Angola que simplificam o processo de criação natural da porção e que contribuem para evitar aumentar os custos do projecto, escreve o Jornal de Angola.
"Um dos grandes desafios quando se fala na implementação na criação de tilápia tem sido a ração, geralmente a ração vem de fora e só este trajecto já encarece o projecto, então se nós criarmos a nossa própria ração estaremos a baixar significativamente os nossos custos", explicou.
Segundo o responsável, é importante que as instituições mostrem mais sensibilidade para garantir que os financiamentos tanto de bancos como não bancos orientados para a produção de peixe cheguem efectivamente aos operadores.
Informou igualmente que o projecto também inclui a celebração de acordos com empresas de pequeno e grande porte nacionais para o estabelecimento de parcerias de âmbito comercial, possibilitando que as famílias nacionais com baixa renda tenham acesso ao produto.
A iniciativa, em conformidade com as metas do Programa de Desenvolvimento Económico e Social das famílias em todo o país, possui investimento próprio em curso desde 2022 e contribui com os actos estratégicos das autoridades locais para combater a pobreza.
Nesta área, a obtenção de financiamento bancário é um grande desafio e, embora o Estado tenha implementado alguns incentivos para promover a actividade pesqueira a nível nacional, a referida cooperativa ainda não teve acesso aos recursos disponíveis através de linhas de financiamento específicas para o sector.
Para facilitar esse processo, o responsável, citado pelo Jornal de Angola, acredita que todas as entidades do sector deveriam ser catalogadas e realizar uma avaliação das iniciativas avançadas por diversas empresas.