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Governo vai avaliar cursos de formação de professores para garantir qualidade do ensino

O secretário de Estado para o Ensino Superior anunciou avaliações externas dos cursos de formação de professores em Outubro e Novembro, “condição para que as instituições possam atingir patamares de qualidade”.

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"Este é um processo que tem que ser devidamente preparado, é oneroso, é preciso também garantir os recursos financeiros para custear as despesas inerentes ao processo de avaliação, mas não vamos parar, porque é a condição para que as instituições possam atingir patamares de qualidade e que a partir daí possam integrar os 'rankings' das melhores instituições", disse Eugénio Silva à TPA.

O governante frisou que a terceira ronda vai abranger os cursos de engenharias e tecnologias e adiantou que a qualidade do ensino só pode ser qualificada mediante processos de avaliação "sérios, consistentes, com base em regras", frisando ainda que "até aqui a opinião pública é de que a qualidade do ensino superior em Angola não é boa".

Eugénio Silva disse que já foi feita a avaliação com os cursos de medicina e de ciências da saúde, com o qual foi possível estabelecer um quadro relativo à qualidade.

"Das 58 instituições avaliadas, que têm cursos de medicina e ciências da saúde, foram avaliados 145 cursos, nove de medicina, dos quais três foram acreditados, isto é, foram avaliados positivamente porque correspondem a padrões mínimos, e seis cursos não foram acreditados, porque estarem abaixo dos padrões aceitáveis", frisou.

Dos 145 cursos avaliados, 83 foram reprovados, ficando suspensa a admissão de novos estudantes no período de um ano, avançou ainda Eugénio Silva.

Segundo Eugénio Silva, o processo "leva tempo", frisando que o Estado está a investir na melhoria das condições infraestruturais e de equipamentos, fator importante para a melhoria da qualidade, bem como está a olhar também para a qualificação dos docentes, além de uma maior exigência na seleção dos candidatos que ingressam no ensino superior.

Eugénio Silva disse que existe um plano de requalificação de infraestruturas para todas as instituições públicas de ensino superior, mediante financiamentos, prevendo-se que até 2027 sejam providas de "infraestruturas dignas que possam propiciar um ambiente de aprendizagem favorável e que contribua para melhorar a qualidade da formação".

Para os cursos não acreditados, foi suspensa a admissão temporária de admissão de novos estudantes por um período de um ano, para que as instituições implementem um plano de melhorias, a ser acompanhado pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior.

"Os estudantes que já estão a frequentar esses cursos, continuarão a frequentar os cursos e irão beneficiar das melhorias que irão ser realizadas através dos seus planos que as instituições aprovaram. O facto é que este ano não haverá ingressos de novos estudantes para permitir que as instituições cuidem do que já têm e consigam melhorar as condições", disse.

Para colmatar a diminuição de vagas nos cursos suspensos foram incrementadas as disponibilidades em algumas instituições públicas e privadas.

Eugénio Silva considerou que é preferível essa medida, que gerou alguma insatisfação na sociedade angolana, para garantir que no próximo ano as instituições possam dispor de melhores condições, "do que continuar a sacrificar gerações e gerações de diplomados, que vão saindo com debilidades na sua formação".

O governante reiterou que é preferível que não haja a mesma quantidade de diplomados em medicina e ciências da saúde como habitualmente, do que se assistir à "formação de novos quadros com debilidades".

"Este é um exercício para se resolver esta situação", disse Eugénio Silva, frisando que, passado o período definido, as instituições terão que solicitar nova avaliação para se verificar se conseguiram atingir os padrões exigidos.

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