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Gabão: Angola e Congo condenam golpe de estado e querem cimeira extraordinária da CEEAC

Os Presidentes de Angola e do Congo condenaram esta Quinta-feira veementemente o golpe de Estado no Gabão e apelaram ao respeito pela integridade física de Ali Bongo e sua família, bem como das altas entidades das instituições do Estado. Além disso, foi também sublinhada a necessidade da realização de uma cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).

: Facebook do CIPRA
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A posição consta de um comunicado distribuído pelo Ministério das Relações Exteriores, sobre uma curta visita de trabalho que o Presidente da República, João Lourenço, realizou à vizinha República do Congo, a convite do seu homólogo, Dennis Sassou N'Guesso.

A nota sublinhou a necessidade da realização de uma cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC)​, para dotar a organização de uma liderança, "a fim de evitar o vazio jurídico e de garantir a continuidade das suas actividades, tendo em conta os eventos ocorridos na República gabonesa".

"Os dois chefes de Estado condenaram veementemente a tomada de poder pela força, tendo apelado ao respeito pela integridade física de Sua Excelência Presidente Ali Bongo Odimba e de sua família, bem como das altas entidades das instituições do Estado", realça o comunicado.

De acordo com o documento, os dois Presidentes exortaram também "a todos os actores a privilegiarem o diálogo político, como forma de preservar a paz, a unidade e a serenidade do povo gabonês".

Na Quarta-feira, um grupo de militares anunciou ter tomado o poder no Gabão, pouco depois de a comissão eleitoral ter declarado a vitória de Ali Bongo nas eleições presidenciais e legislativas de dia 26, que a oposição considerou fraudulentas.

Os golpistas afirmaram que o escrutínio não foi transparente, credível ou inclusivo e acusaram o Governo gabonês de governar de forma "irresponsável e imprevisível", prejudicando assim a "coesão social".

No final do dia de Quarta-feira, os líderes do golpe de Estado anunciaram a nomeação do general Brice Oligui Nguema, comandante da Guarda Republicana do país, responsável pela segurança do próprio chefe de Estado, como novo "presidente de transição".

Este não é o primeiro golpe de Estado enfrentado por Ali Bongo, cuja família detém o poder desde 1967.

Bongo sofreu uma tentativa de golpe em Janeiro de 2019, reprimida no próprio dia, quando se encontrava em Marrocos a recuperar de uma doença.

O golpe de Estado no Gabão - uma das potências petrolíferas da África subsariana - é o segundo a ocorrer em pouco mais de um mês no continente, depois de o exército ter tomado o poder no Níger, a 26 de Julho.

O Gabão junta-se, para já, à lista de países que tiveram golpes de Estado bem-sucedidos nos últimos três anos: Mali (Agosto de 2020 e Maio de 2021), Guiné-Conacri (Setembro de 2021), Sudão (Outubro de 2021) e Burkina Faso (Janeiro e Setembro de 2022).

O comunicado salienta que João Lourenço e Dennis Sassou N'Guesso sublinharam as excelentes relações históricas, de amizade e de cooperação existentes entre a República do Congo e Angola, decidindo manter consultas regulares sobre questões de interesse comum, contribuindo para a preservação da paz na sub-região.

Os dois Presidentes estiveram reunidos na cidade de Oyo, no centro da República do Congo, no distrito de Cuvete, que dista a mais de 400 quilómetros de Brazzaville, capital do país, que partilha com Angola uma fronteira comum de mais de 200 quilómetros.

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