A comitiva de oito parlamentares de diversos partidos foi recebida pelo secretário das Relações Exteriores do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Manuel Augusto, encontro no qual participou também o líder do grupo parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira.
Em declarações à imprensa, o deputado federal dos Republicanos, Márcio Marinho, e membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, disse que no encontro foram abordadas várias matérias de interesse para ambos os países, com destaque para a segurança alimentar, ciência e tecnologia, agricultura familiar, saúde, entre outros assuntos.
Segundo Márcio Marinho, depois do interregno nas relações devido à pandemia da covid-19, esta visita marca o recomeço de "uma nova história, a partir desse novo Governo que se elegeu democraticamente".
"Angola pode contar com o parlamento brasileiro para que a gente possa estar apoiando com toda a energia, com toda a segurança, carimbando mesmo, apoiando, todo o tipo de acordo feito para fortalecer cada vez mais essa relação bilateral entre o Brasil e Angola", afirmou.
Por sua vez a deputada federal Reginete Bispo, do Partido dos Trabalhadores (PT), ativista do Movimento de Mulheres Negras Brasileiras, disse que a comitiva é 99 por cento composta por parlamentares negros, destacando a representatividade feminina no parlamento angolano, com 38 por cento, ficando o Brasil ainda muito aquém do país africano, com 18 por cento de mulheres.
"Tratámos também de um tema importante que é do combate à violência doméstica, de fazer essa troca de experiência, no Brasil vimos desenvolvendo políticas importantes, mas ainda a violência contra as mulheres é muito forte, os feminicídios são altíssimos", disse.
Da parte angolana, Manuel Augusto disse que a importância do encontro vai para além das relações entre Angola e o Brasil, porque ambos são membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), salientando que passaram em revista a situação política, económica e social em cada um dos países.
"Mas sobretudo também discutimos as formas de reforçar as relações entre o grupo parlamentar do MPLA à Assembleia Nacional e os deputados ao congresso brasileiro. Foi uma troca de impressões muito frutuosa e estabelecemos alguns programas a serem executados o mais rápido possível", referiu.
Manuel Augusto ressaltou que Angola vai albergar o secretariado executivo da Assembleia Parlamentar da CPLP, motivo pelo qual a delegação angolana era integrada pela direção do grupo parlamentar do MPLA, que tiveram oportunidade de discutir com os seus homólogos brasileiros "as formas práticas para sair do discurso e passar à ação na cooperação parlamentar".