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PR e empresários discutem panorama económico do país

O Presidente da República, João Lourenço, reuniu-se, nesta Quinta-feira, com responsáveis de associações juvenis ligadas ao sector empresarial, assim como com representantes de associações empresariais. Em audiências separadas, o chefe de Estado abordou com os vários responsáveis a situação socioeconómica do país.

: CIPRA
CIPRA  

Segundo uma nota do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso, foi durante a tarde de Quinta-feira que João Lourenço recebeu os responsáveis de associações juvenis ligadas ao sector empresarial, que aproveitaram a ocasião para pedir "facilidades no acesso ao crédito" e para apresentarem "propostas para a melhoria da situação económica do país" ao Presidente.

Em audiências separadas, o chefe de Estado "auscultou o coordenador de Relações Públicas da Associação de Jovens Empresários Angolanos, Cumbi Júnior, os presidentes do Fórum Internacional de Jovens com as Embaixadas, Clinton Matias, e da Liga de Pesca, Agricultura e Sal de Angola (LASPA), Jorge Hilário".

Falando à imprensa, Cumbi Júnior fez saber que apresentou a João Lourenço a temática do acesso ao financiamento, que a seu ver "ainda tem sido muito difícil" para muitos jovens, tendo recebido "palavras de conforto" de que o Governo vai continuar a trabalhar no sentido de responder aos problemas do sector.

Já o "presidente do Fórum Internacional de Jovens com as Embaixadas referiu que aproveitou a audiência para apresentar soluções que poderão impactar a vida social e económica da população", lê-se na nota.

Na ocasião, Clinton Matias recordou que "a função da sua organização é apoiar a materialização das políticas públicas emanadas pelo Titular do Poder Executivo, com o apoio de diversos parceiros, maioritariamente as embaixadas, com vista a atrair investidores para Angola, que possam contribuir para a diversificação da economia do país".

Por sua vez, o presidente da Liga de Pesca, Agricultura e Sal de Angola expressou preocupação face "ao estado crítico" em que estão algumas espécies de pescado em Angola.

Na ocasião, referiu que há diversas espécies que se encontram na linha vermelha e se não se tomarem medidas concretas para recuperarem "podemos ter dias muito negros na pesca".

"Deu como exemplo o carapau, a corvina, o cachucho, a espada e a sardinha, recursos antes abundantes, mas actualmente raros, devido à captura desregrada, realizada sobretudo entre 2017 e 2020", lê-se no comunicado.

Representantes de associações empresariais abordam situação socioeconómica

Ainda nesta Quinta-feira, o chefe de Estado recebeu representantes de associações empresariais. Segundo outro comunicado do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso, "o incremento da produção nacional, preço de propinas do ensino privado, crédito de apoio ao empreendedorismo feminino e fomento do turismo estiveram no cerne das preocupações manifestadas" pelos representantes ao Presidente.

Também em encontros separados, João Lourenço reuniu com "os presidentes das associações de Avicultores (ANAVI), Rui Santos, das Indústrias Cimenteiras de Angola (AICA), Manuel Pacavira, de Profissionais Imobiliários de Angola (APIMA), Cléber Correia, dos Hotéis e Resorts de Angola (AHARA), Ramiro Barreira, do Ensino Privado (ANEP), António Pacavira e da Federação das Mulheres Empreendedoras de Angola (FEMEA), Francisca Fortes".

Na ocasião, Rui Santos mencionou um "programa de produção de 15 anos que a ANAVI tem estado a discutir com o Executivo angolano para o incremento da produção não só de ovos, já em efectivação, mas sobretudo de frangos e de carne, projecto que prevê 10 mil toneladas no primeiro ano de produção", lê-se na nota.

O responsável fez saber que o chefe de Estado "tomou boa nota" das inquietações expostas e que "vai baixar orientações claras" para responder à demanda.

Já no domínio da indústria cimenteira, acrescenta a nota, a conversa incidiu na "estabilidade do abastecimento de combustíveis às unidades de produção, custos de produção, em termos de benefício para a diminuição dos custos e, consequentemente, o preço final do cimento e dos recursos minerais".

Na ocasião, Manuel Pacavira assegurou "continuar a distribuição ao mercado com cimento nacional", especialmente na província de Cabinda, no sentido de se diminuir a importação deste produto a partir de Ponta Negra, "que tem um mercado muito forte".

"Quanto ao sector imobiliário, apontaram-se diplomas que precisam de ser aprovados pelo Executivo angolano, nomeadamente o documento sobre alienação fiduciária e outros projectos como Agro Vilas, para resolver os problemas dos ex-combatentes e arrendamento social para cidadãos que não têm capacidade financeira", refere a nota.

Relativamente à alienação fiduciária, Cléber Correia avançou que o diploma tem em vista possibilitar a "resolução de um incumprimento sem uso do tribunal e estabelecer relações directas entre comprador e vendedor, fazendo com que o agente privado venha a financiar o próprio comprador".

Já Ramiro Barreira disse ter recebido do Presidente "desafios no sentido de trabalhar e criar melhores caminhos e plataformas para desenvolver o turismo" no país.

Entre as orientações do chefe de Estado destaca-se a "promoção de pequenos negócios, como lanchonetes, restaurantes e tabacarias em sítios emblemáticos da actividade turística no país".

Assim, referiu que têm "muitos desafios e o maior deles é" manterem-se "unidos para tornar Angola um país com um turismo sólido e forte".

Por sua vez, o presidente da ANEP disse ter proposto a João Lourenço a diminuição do "imposto industrial de 25 para 10 por cento", bem como a "abertura de uma linha de crédito para o sector da educação".

O responsável referiu que se o Executivo "anuir aos pedidos da classe académica, o preço das propinas poderá conhecer um equilíbrio", tendo ainda anunciado para o presente ano uma actualização das propinas.

"Não haverá um aumento substancial, porque continuamos no regime de preços vigiados. Ou seja, o Governo vai manter o controlo das propinas e enquanto esse regime durar os colégios terão os preços mais ou menos equilibrados", disse, citado no comunicado.

Por fim, Francisca Fortes "defendeu, entre outros benefícios para a classe feminina, a criação de um fundo de crédito para apoiar as mulheres". Também pediu ao chefe de Estado "maior capacitação e formação da classe feminina para as áreas de agro-negócios, agro-indústria e alfabetização, bem como a descentralização do Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão para as comunidades que vivem em zonas de difícil acesso", lê-se ainda na nota.

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