Ver Angola

Política

Associações cívicas pedem defesa da verdade eleitoral mesmo com recurso a “vias mais enérgicas”

Mais de 20 associações cívicas apelaram à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) que aceite a comparação das actas e a recontagem de votos para garantir “a verdade eleitoral”, pedindo à sociedade que se mobilize em prol da dignidade do voto, mesmo com recurso a "vias mais enérgicas".

: Paulo Novais/Lusa
Paulo Novais/Lusa  

O comunicado é subscrito por grupos de todo o país como a Sociedade Civil Contestatária Associação de Inclusão e Participação Comunitária, Filhos da Resistência; Placa Pirata em Acção; Libertador de Mentes (LDM); Mizangala (Bengo); Laulenu (Moxico), ROSCCA (Cazenga), Terceira Divisão, etc., que consideram que o processo eleitoral "decorreu num clima de constantes irregularidades, sem transparência, justeza e lisura".

As associações pretendem que a CNE aceda às pretensões da UNITA e do Movimento Cívico Mudei para a comparação de todas as actas sínteses, "de modo a comprovar a vitória do MPLA e, assim, garantir-se a verdade eleitoral expressa nas urnas".

A Comissão Nacional Eleitoral anunciou na Segunda-feira que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) venceu as eleições com 51,17 por cento dos votos contra 43,95 por cento da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

O MPLA arrecadou 3.209.429 de votos, elegendo 124 deputados, e a UNITA conquistou 2.756.786 votos, garantindo 90 deputados.

As organizações cívicas recomendam também à UNITA "que divulgue, no prazo mínimo de 24 horas, os resultados definitivos de sua contagem paralela" e que sejam anuladas e repetidas as eleições, caso não se consiga comprovar a vitória do MPLA.

"Nós, associados desse colectivo, acreditamos que sem a garantia da verdade eleitoral nos próximos dias, continuam a pôr-se em causa - e de forma perigosa - a segurança do Estado angolano, a paz e tranquilidade públicas", sublinham.

Convidam ainda a sociedade em geral, a juntar-se a um Amplo Movimento de Defesa da soberania, com vista a estabelecer "uma corrente única de luta em prol da justiça e verdade eleitorais" e, por essa via, "conferir dignidade" ao voto popular, "nem que isso implique a adopção das vias mais enérgicas possíveis".

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.