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Alegria e tristeza entre as reacções de partidos após divulgação dos resultados das eleições

Partidos políticos concorrentes às eleições gerais de Quarta-feira divergem nas reacções sobre os resultados provisórios que dão vitória ao MPLA, com uns recusarem e outros a apelarem à aceitação dos dados divulgados pela CNE.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

Para o vice-presidente do Partido Humanista de Angola (PHA), liderado por Bela Malaquias, e que conseguiu eleger dois deputados na sua estreia, os dados, apesar de provisórios, satisfazem os humanistas.

"A nossa projecção é positiva, pelo lugar em que estamos, apesar de ser provisória, mas esperamos que os resultados definitivos termos uma resposta mais positiva do que essa, aqueles que votaram para o PHA estão satisfeitos pelo lugar em que estamos", disse Fernando Diniz.

Um outro estreante, o Partido Nacional para a Justiça em Angola (P-Njango), que não conseguiu eleger deputados, segundo os últimos resultados provisórios divulgados, tendo o presidente Dinho Chingunji se manifestado "totalmente desapontado", sobretudo pelo trabalho desenvolvido nos últimos 15 dias.

"Percorremos o país quase inteiro e nós encontrámos muita simpatia e, por isso, as nossas projecções iniciais de conseguirmos entre 8 e 32 deputados, mas são eleições e o que temos de fazer agora é aceitar os resultados e trabalhar", referiu.

A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), que na última legislatura contava com 16 deputados na Assembleia Nacional, não elegeu deputados nestas quintas eleições.

O colégio presidencial desta coligação, suportada por cinco partidos políticos, recusa os resultados, considerando terem sido registados "graves irregularidades" no processo, como afirmou a sua vice-presidente, Cesinanda Xavier.

Em conferência de imprensa, a responsável da coligação deplorou os resultados divulgados pela CNE, manifestando-se convicta de que fizeram "um trabalho que não condiz com estes resultados".

Pelo Partido de Renovação Social (PRS), que à luz dos resultados provisórios ocupa a terceira posição do círculo nacional com 1,13 por cento dos votos e elegeu dois deputados, o seu presidente e candidato, Benedito Daniel, classifica-os de "irreais", sobretudo pela mobilização que o partido fez pelo país.

"Esperamos que estes resultados provisórios venham, depois, a confirmar-se com a realidade das actas sínteses, que temos, para que estas eleições sejam consideradas livres e justas", salientou o líder dos renovadores sociais.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) venceu as eleições gerais de Angola com 51,07 por cento, seguido da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) com 44,05 por cento dos votos, divulgou a CNE, quando estavam escrutinadas 97,3 por cento das mesas de voto.

Os resultados provisórios foram divulgados, na noite de Quinta-feira, pelo porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, numa altura em estavam escrutinadas 97,3 por cento das mesas de voto, pelo que não deverá haver alterações substanciais, adiantou.

O MPLA elege 124 deputados e a UNITA fica com 90 assentos parlamentares.

A histórica Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), o PRS e o estreante PHA, único liderado por uma mulher, elegem dois deputados cada um e a coligação CASA-CE deixa de ter representação parlamentar.

O MPLA disse que "tem maioria absoluta suficiente para governar tranquilamente" com a vantagem que leva nos resultados provisórios das eleições de Quarta-feira, atribuindo a sua derrota pela UNITA, em Luanda, à "abstenção da sua base militante".

"É uma constatação, mas ainda assim é preciso dizer que o MPLA ganha com uma maioria absoluta suficiente para governar tranquilamente os próximos cinco anos, julgo que os resultados provisórios não poderão alterar grande coisa", afirmou, na Quinta-feira, o secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, Rui Falcão.

A UNITA apelou à calma dos seus apoiantes, mas disse ter já dados das actas eleitorais que lhe podem dar uma vitória nas eleições gerais.

Depois de a CNE ter indicado que o MPLA tem maioria absoluta, segundo os dados preliminares a partir das actas síntese que incluem os votos de cada uma das mesas de voto, o dirigente da UNITA Ruben Sicato afirmou que o partido está a assumir uma posição "responsável" e deve contar as actas e ter a certeza antes de reivindicar vitória.

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