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Eurasia considera que MPLA vai perder maioria e ficar obrigado a cooperar mais com a UNITA

A consultora Eurasia considera que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) vai vencer as eleições gerais, mas com menos de 60 por cento, perdendo a maioria qualificada na Assembleia Nacional, favorecendo mais cooperação com a oposição.

: Paulo Novais
Paulo Novais  

"A fraca campanha quer do MPLA, quer da oposição encabeçada pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) pode ter potenciado uma baixa adesão que iria favorecer a oposição, baixando a percentagem de votação do MPLA, que deverá ficar abaixo dos 60 por cento", lê-se num comentário às eleições de Angola.

"O MPLA deverá manter o poder, mas perder a maioria de dois terços na Assembleia Nacional, tirando-lhe a capacidade de alterar a Constituição", o que fará, antecipam os analistas, "aumentar a função de supervisão da oposição e pode forçar o aumento da cooperação parlamentar entre o MPLA e a UNITA".

No comentário às eleições, escrito ainda antes de serem conhecidos os resultados provisórios da votação, a Eurasia aponta para uma "continuidade de políticas" em caso de vitória do MPLA, que daria a João Lourenço um novo mandato enquanto Presidente.

"O Presidente está empenhado na reforma da economia e iria continuar a sua agenda marcada pela melhoria da estabilidade macroeconómica, consolidação orçamental, privatização e esforços de descentralização, focando-se provavelmente na diversificação da economia para além do petróleo e desenvolvimento a agricultura e os minérios, ao mesmo tempo que abordaria o declínio da produção petrolífera", lê-se na análise, a que a Lusa teve acesso.

Para a Eurasia, "as preocupações sobre fraude eleitoral vão continuar a dominar este período, aumentar a probabilidade de a oposição contestar o resultado das urnas", acrescentam.

O próximo Governo, independente de quem vença as eleições de Quarta-feira, terá como principais desafios "o elevado desemprego, a inflação galopante, o elevado custo de vida, a pobreza, o aumento de greves e protestos, as exigências de democratização e a crise humanitária no sul do país", concluem os analistas.

As quintas eleições gerais em Angola perpetuaram a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA e a UNITA, que tentaram conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.

Segundo a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), os primeiros resultados provisórios indicam que o MPLA venceu as eleições com 60,65 por cento, seguindo-se a UNITA, com 33,85 por cento, quando estão escrutinados 33,16 por cento do total dos votos.

Por seu lado, a UNITA contraria estes números da CNE e reclama a vitória no escrutínio.

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