Numa entrevista à agência noticiosa estatal chinesa Xinhua, o ministro lembrou que Angola tem cerca de 60 milhões de hectares de terras aráveis – quase metade da área existente na China – e uma baixa densidade populacional, com 30 habitantes por quilómetro quadrado.
A China representa 22 por cento por cento da população mundial, mas apenas sete por cento do território chinês é considerado como terras aráveis, segundo dados oficiais chineses.
"Temos muitas terras onde gostaríamos de convidar investidores chineses para cultivar produtos chineses e exportar para a China", disse Mário Caetano João, numa entrevista divulgada na Terça-feira.
"Isso será muito interessante porque vimos também que a China ofereceu acesso isento de impostos e quotas a mercadorias angolanas para a China", lembrou o ministro.
A 5 de Agosto, o embaixador chinês em Luanda, Gong Tao, disse à imprensa angolana que estavam a decorrer negociações para a isenção de tarifas alfandegárias nas exportações para a China.
"Já temos muitas empresas chinesas a investir no agronegócio. E até o maior produtor de milho da província de Malanje, em Angola, é chinês", sublinhou Mário Caetano João, na entrevista à Xinhua.
O ministro apontou a agricultura como uma das áreas chave para a diversificação da economia angolana, dependente do sector petrolífero.
O desenvolvimento agrícola irá implicar também grandes investimentos em infra-estruturas, nomeadamente em estradas, fornecimento de electricidade e abastecimento de água, e na indústria de processamento alimentar, acrescentou Mário Caetano João.
O ministro defendeu "uma cooperação muito maior com a China" no fabrico em Angola de medicamentos para consumo humano e animal, na "transformação digital" e no sector financeiro.
O investimento total chinês em Angola já atingiu 20 mil milhões de dólares, mas Mário Caetano João disse que gostaria "que fosse muito superior" especialmente investimento privado.