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Falta de lugares gera caos nas viagens entre Cabinda e Luanda. TAAG só tem bilhetes a partir de Novembro

Viajar entre Cabinda e Luanda tem-se tornado numa dor de cabeça para a população. A falta de lugares na TAAG, a única companhia aérea que voa para Cabinda, não tem facilitado a vida aos passageiros, que há vários meses esperam para viajar.

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De acordo com o Novo Jornal, em Cabinda têm-se gerado filas de espera no aeroporto e na agência da TAAG, na esperança de haver lugares disponíveis. Contudo, segundo o mesmo jornal, as complicações deverão manter-se nos próximos meses, uma vez que a companhia de bandeira só tem bilhetes disponíveis a partir da segunda quinzena de Novembro.

Na caça ao bilhete está Marcelino David, um dos passageiros que está à procura de um lugar para Luanda. Em declarações ao Novo Jornal, o passageiro contou que queria ir até à capital no fim do próximo mês para o casamento da irmã, mas diz já não haver bilhetes disponíveis.

"Estou há dois meses a lutar para um lugar no voo e nada. Não há bilhetes para Luanda para o mês de Outubro, e quem o consegue é com 'cunha', nós, que não temos ninguém na TAAG, não conseguimos", afirmou.

Também os passageiros Madalena Afonso e Henriques João garantiram que conseguir viajar entre Cabinda e Luanda tem sido uma dor de cabeça: "Mesmo com bilhete em mãos corremos o risco de não viajar. Às vezes os voos ficam preenchidos e não há lugar para quem já tem reserva, coisa que não percebemos".

Os problemas em torno dos voos não são novidade para a população, considerou uma funcionária da alfândega em Cabinda, que não quis ser identificada.

Por sua vez, Carlos Vicente, porta-voz da TAAG, admitiu que a empresa sabe da existência de complicações no que diz respeito às viagens na província mais a norte do país, mas garantiu que o panorama caótico foi provocado pela pandemia de covid-19.

"Reconhecemos, de facto, as dificuldades, mas temos de ter em atenção o momento atípico que o país vive em função da pandemia de covid-19. Esperamos que tudo melhore e se levante a cerca sanitária na província de Luanda para, se calhar, refazermos o nosso plano de voos diários", disse, em declarações ao Novo Jornal.

Acrescentou que Cabinda conta, neste momento, com dois voos por dia, havendo semanas em que a frequência passa a três voos. Contudo, o porta-voz da TAAG reconheceu que o número de viagens ainda não é o suficiente.

Sobre os bilhetes, disse ser necessário mudar a "cultura de viajem". "Temos de mudar a nossa cultura de viajem. As pessoas querem viajar de um dia para o outro e logicamente não encontram lugar. De facto, se os voos estiverem preenchidos para os próximos meses, a pessoa só terá de esperar".

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