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Economia

Estado aconselhado a dirigir investimento chinês para indústria e agricultura

Um relatório da Universidade Católica de Angola recomenda ao Estado que canalize o investimento chinês para a transformação económica do país, com aposta na indústria e agricultura.

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“Há uma oportunidade que o Governo deverá aproveitar no âmbito da disponibilização de peritos chineses na agricultura, saúde, capacitação de técnicos, concessão de bolsas de estudo e intercâmbio cultural”, referem os autores de um relatório sobre as relações China-Angola, que será apresentado na Quinta-feira e a que a Lusa teve acesso.

Para facilitar o investimento chinês - que se integra no plano global de Pequim “Uma Faixa, uma Rota”, que prevê a construção de infraestruturas para fomentar o comércio mundial -, o grupo de trabalho da Universidade Católica recomenda que o Governo designe um órgão “cuja missão deverá ser identificar quais infraestruturas deverão ser financiadas no âmbito destas iniciativas”.

O objectivo passa por atrair, “no âmbito das relações bilaterais”, empresários chineses “para o sector industrial e agrícola com as devidas capacidades para produzir não só para o mercado interno, mas também para a exportação, contribuindo assim para o aumento das exportações não minerais de Angola”.

“Por sua vez o Governo angolano deve garantir a segurança e bom ambiente de negócios para todos os investidores”, aconselham os autores, admitindo que “as condições de trabalho dos nacionais em algumas empresas chinesas de construção civil e de comércio podem ser melhoradas”.

Para que, no longo prazo, as relações sejam duradouras e saudáveis é indispensável que Angola venha também a exportar para China produtos acabados com maior valor agregado e não somente o petróleo”, lê-se no relatório.

No entanto, em contrapartida, “a China poderia ajudar Angola a desenvolver a capacidade industrial no sentido de produzir bens que sejam exportáveis, tendo em consideração a experiência chinesa”, recomendam os autores.

Sobre a “fama da ‘qualidade de obras’ feitas pelas empresas chinesas”, pode ler-se no relatório que os projectos foram sujeitos a fiscalização externa e, “até ao momento, não há provas que empreiteiros chineses violaram termos e critérios de qualidades estabelecidos nos contratos”.

O trabalho realizado pelo Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica alerta também que, no passado, “Angola copiou muito mal” o modelo de desenvolvimento chinês, de controlo estatal de uma economia capitalista.

“O Governo angolano tem relações económicas, financeiras e comerciais fortes e privilegiadas com a China (que é o principal importador do petróleo angolano e as suas exportações para o mercado nacional têm vindo a aumentar) tendo-a considerado como um dos parceiros estratégicos do país”, concluiu o documento.

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