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Angola prepara delegação de alto nível para acompanhar visita de PR à China

O nosso país, um dos principais parceiros chineses de África, está a preparar uma delegação de alto nível para participar no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que decorrerá a 3 e 4 de Setembro em Pequim, indicou a China-Lusophone Brief.

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Segundo a publicação, a participação de Angola na FOCAC é parte de uma "estratégia sem precedentes" do Governo para elevar a atracção de crédito e investimento estrangeiro.

A delegação que vai a Pequim é liderada pelo Presidente João Lourenço, marcando, paralelamente, o primeiro aniversário da sua eleição (Setembro de 2017) e realiza-se após as visitas à África do Sul, França, Bélgica e, mais recentemente, a Estrasburgo, onde discursou no Parlamento Europeu.

João Lourenço estará concentrado em focar os esforços de Luanda para tornar o país mais atractivo para o investidor estrangeiro, passando pela via da eliminação dos monopólios, o combate ao nepotismo e à corrupção.

O principal objectivo da deslocação do Presidente a Pequim prende-se com a finalização das conversações com as autoridades chinesas para um novo programa de financiamento, incidindo sobre os projectos e montantes que a China pode prover.

A delegação, segundo a CL-Brief, vai incluir os ministros de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, das Finanças, Archer Mangueira, e dos Transportes, Ricardo de Abreu, bem como o novo secretário do Presidente da República para os Assuntos Económicos, Alcino da Conceição.

A CL-Brief considera Angola "o mais importante parceiro chinês da África lusófona", desde que, em 2002, Pequim começou a desembolsar importantes fundos para a edificação de infra-estruturas e projetos públicos de reconstrução.

Há poucos meses, o prospecto apresentado pelo Estado para a recente emissão de eurobonds de três mil milhões de dólares indica que a China é a principal fonte "de várias novas facilidades de crédito" que as autoridades estão a negociar.

Um exemplo é o caso de uma linha de crédito estabelecida com o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês) para financiar projectos de infra-estruturas avaliados em 11,7 mil milhões de dólares.

Com base nessa linha de crédito, o Governo está a negociar um outro empréstimo de 1281,9 milhões de dólares para pagar 85 por cento do contrato para os projectos de arquitectura e construção do novo aeroporto internacional de Luanda.

O aeroporto está a ser construído a 30 quilómetros de Luanda por várias empresas chinesas, sendo a China International Fund (CIF) a principal contratada.

As autoridades chinesas reúnem elevadas expectativas em relação à FOCAC 2018, onde se espera a participação de numerosos chefes de Estado do continente africano, acompanhados por vastas delegações de cariz empresarial.

À margem da 10.ª Cimeira do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS), em Julho, em Joanesburgo, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou que a FOCAC 2018 marcará o surgimento de um novo estágio da parceria estratégica sino-africana.

Wang Yi adiantou que a maior parte dos líderes continentais já havia confirmado a participação na cimeira, a primeira desde a realizada na África do Sul, em 2015, que terminou com o anúncio chinês de um pacote de ajuda ao continente no valor de mais de 60 mil milhões de dólares.

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