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Luanda e Pequim adiam negociações de cooperação para final de Setembro

Angola e China concordaram em adiar para final de Setembro as negociações para a definição de um novo quadro geral de cooperação financeira, disse esta Segunda-feira, em Pequim, o ministro das Relações Exteriores, citado pelo Jornal de Angola.

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Manuel Augusto, que se encontra em Pequim a acompanhar o chefe de Estado, João Lourenço, no III Fórum de Cooperação China-África, esclareceu que, à margem da cimeira, não devem ser assinados acordos no sector financeiro e indicou que se está na fase final das negociações, que permitirão concluir o acordo em breve.

Segundo o chefe da diplomacia nacional, a presença na capital chinesa pela segunda vez consecutiva em menos de um mês do ministro das Finanças, Archer Mangueira, é prova do empenho das duas partes.

"É possível que este acordo (sobre a definição do quadro geral de cooperação financeira) seja assinado na China ainda este ano", disse, salientando que Pequim está disposta a financiar projectos em África, mas uma das contrapartidas, tal como definiu o seu Presidente, é a transparência nos países que queiram concorrer a esse financiamento.

"Quando a China lançou esta cimeira anunciou que tem mais de 100 mil milhões de dólares para cooperar com África. Tem dinheiro, vontade e capacidade, só que o Presidente Xi Jinping quer que a nova cooperação seja feita de forma rigorosa e transparente", disse o ministro.

Xi Jinping anunciou que a verba disponível para ajudar ao desenvolvimento de África é de 60 mil milhões de dólares.

A participação ao mais alto nível de Angola na FOCAC tem em vista culminar as negociações para uma nova linha de crédito chinês de 11.700 milhões de dólares, destinados ao financiamento de vários projectos.

Globalmente, Angola tenta fechar uma linha de crédito para projectos de infra-estruturas, indicou fonte oficial, através do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), segundo informação do Fórum de Cooperação China-África (FOFAC), que cita o sítio de notícias CLBrief (Breves sobre a China e a Lusofonia).

Manuel Augusto salientou que o FOCAC é uma "plataforma comum importante" que corresponde à evolução das relações entre o continente africano e a China. "A Cimeira espelha o estádio de desenvolvimento entre os países africanos e a China. A expectativa cresce à volta deste encontro porque sabemos que a China pretende pôr em prática a doutrina de Xi Jinping, que é recuperar a «Rota da Seda»", frisou.

Sobre a presença das autoridades nacionais na Cimeira, Manuel Augusto lembrou que Angola se tornou um dos maiores parceiros da China em África, pelo que tem, admitiu, "interesses particulares".

O ministro lembrou que, além de participar no debate geral da cimeira, João Lourenço vai discursar numa mesa redonda e participa também no fórum económico, que junta o líder chinês e homólogos africanos, bem como empresários das duas partes.

Manuel Augusto indicou que a delegação angolana vai assinar um memorando e um acordo durante a Cimeira. "O memorando vai estabelecer um quadro qualitativo e não necessariamente quantitativo da nossa cooperação", esclareceu. O acordo a ser assinado é sobre uma doação da China de um centro de formação profissional no Huambo.

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