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Economia

Angola precisa de convencer empresas alemãs a investirem “forte e feio” no país, afirma embaixador

O embaixador de Angola em Berlim, Alberto Correia Neto defendeu que é preciso “convencer as empresas alemãs a investirem forte e feio” no país para “intensificar as relações de cooperação com a Alemanha”.

Angop: João Lourenço esta Terça-feira, antes de embarcar
João Lourenço esta Terça-feira, antes de embarcar   Angop

Na véspera da visita do Presidente da República, João Lourenço, a Berlim, na Quarta e na Quinta-feira, Alberto Correia Neto lembrou que “desde 2009 que não há uma visita presidencial à Alemanha”.

“Agora, o Presidente João Lourenço vem à Alemanha porque consideramos que este é um país estratégico”, sublinhou o embaixador de Angola em Berlim, acrescentando que “a visita vem reforçar a relação estratégica entre Angola e a Alemanha”.

O diplomata afirmou que as relações estratégicas entre os dois países vão bem, mas “claro que necessitam de melhorar”.

“Estamos numa fase de tentar relançar o país economicamente para sair da crise (…) e uma das fórmulas é tentar conseguir investimentos nas diferentes áreas económico-sociais do país para podermos melhorar as condições da nossa população”, declarou Alberto Correia Neto.

Angola é o terceiro país na África subsaariana com o maior volume de negócios com a Alemanha, depois da África do Sul e da Nigéria.

O embaixador acredita que o país está no bom caminho: “A Alemanha não tem muitas multinacionais, é um país constituído por pequenas e médias empresas. Neste sentido, eu penso que se conseguirmos cativar as pequenas e médias empresas alemãs no sentido de investirem forte e feio em Angola, com a certeza de que poderão repatriar depois os seus capitais e lucros, eu creio que vamos conseguir intensificar as relações de cooperação entre os nossos dois países”.

Alberto Correia Neto reconheceu que “o volume de exportações que a Alemanha faz para Angola é maior que as exportações que Angola faz para a Alemanha”, e explicou o motivo: “nós continuamos a tentar reconstruir o país”. Mas está convencido que “esse número vai aumentar” depois da visita de João Lourenço.

“Há uma serie de equipamentos farmacêuticos, nomeadamente os equipamentos tecnológicos para os hospitais, são todos provenientes de uma multinacional alemã. Há mais de 25 empresas alemãs em Angola, que estão a trabalhar e fazer investimento sério na indústria, por exemplo, de bebida”, exemplificou o diplomata.

Correia Neto realçou que a Alemanha, como primeira potência económica da União Europeia, “possui capacidades compatíveis com as necessidades de Angola. A nível da energia e da indústria extractiva, o ‘know-how’ da Alemanha (nestas áreas) é bastante grande”.

O volume de negócios entre os dois países ronda os 500 milhões de euros por ano, essencialmente com a exportação de petróleo de Angola para a Alemanha.

De acordo com dados divulgados pela embaixada de Angola em Berlim, de 1990 a 2018 foram aprovados 31 projectos de investimento oriundos da Alemanha com destaque para o sector das infra-estruturas. Até 2012, o volume do comércio bilateral alcançou os 391 milhões de euros, tendo diminuído em 2015 para 336 milhões de euros e em 2016 para os 107 milhões de euros.

As exportações angolanas para a Alemanha centram-se no petróleo bruto, gás natural e derivados de petróleo. Já as exportações alemãs são dominadas pela maquinaria, equipamentos tecnológicos, veículos e acessórios automóveis.

PR a caminho de Berlim

O Presidente João Lourenço partiu esta Terça-feira para Berlim, onde cumpre, Quarta e Quinta-feira, uma visita oficial de dois dias à Alemanha.

Durante a visita, João Lourenço, que seguirá acompanhado por uma delegação empresarial, irá encontrar-se com a chanceler Alemã, Angela Merkel, e assistirá à abertura do sétimo Fórum Económico Angola-Alemanha.

Da agenda de João Lourenço consta a recepção pelo homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, além de uma reunião de trabalho com Angela Merkel.

Trata-se da primeira visita oficial de João Lourenço à Alemanha desde que foi eleito Presidente da República, em Agosto do ano passado. A ideia, sublinhou Manuel Augusto, é "associar o sector privado às visitas presidenciais" para apresentar o potencial de investimento em Angola a empresários estrangeiros e contribuir para o desenvolvimento do país.

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