Esta depreciação, que foi mais acentuada em Janeiro, tendo descido para Fevereiro para um ritmo de quase 1 por cento por semana, foi confirmada pela Lusa com cálculos feitos a partir das taxas cambiais oficiais do Banco Nacional de Angola (BNA), de 1 de Janeiro e de 1 de Agosto.
Actualmente, a taxa de câmbio média do euro cifra-se nos 301,3 kwanzas, quando a 1 de Janeiro era de 185,40 kwanzas, o que representa uma depreciação de 38,7 por cento no espaço de sete meses.
A actual taxa de câmbio oficial foi formada após dois leilões de divisas, realizados Segunda e Terça-feira, conforme anunciou o BNA, permitindo a colocação no mercado de 348,19 milhões de euros, para cobertura de várias operações, nomeadamente a transferência de salários de trabalhadores expatriados.
O governador do BNA admitiu recentemente que a opção por um regime de câmbio flutuante "não traz apenas boas notícias" e "exige também alguns sacrifícios, quer a nível empresarial, quer a nível pessoal".
"Teremos o mercado a ditar o equilíbrio do preço da moeda, mas o mercado também tem as suas imperfeições e poderemos ter uma pressão sobre a moeda, por exemplo, por assimetria de informação entre os agentes económicos, por percepção menos assertiva de decisões de política ou até mesmo por sentimento de menor confiança na economia", alertou José de Lima Massano, a 29 de Junho.
Nestes dois leilões, em que contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio as propostas de 25 bancos participantes – no âmbito do novo regime flutuante cambial, iniciado a 9 de Janeiro – o euro passou a valer (na compra pelos clientes) 301,371 kwanzas, correspondente a uma depreciação de 1,30 por cento da moeda nacional.