Segundo o director-geral adjunto do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) de Angola, João Machado, "não há qualquer descontrolo" por parte das autoridades no que diz respeito à entrada no país.
"A nossa fronteira é vasta, apresenta alguma vulnerabilidade, daí a razão da invasão silenciosa de estrangeiros em Angola, mas estamos a trabalhar em função das orientações do Presidente da República no sentido de reforçarmos o controlo migratório à escala nacional", disse.
Falando aos jornalistas à margem do encontro sobre "Diálogo sobre o Direito de Asilo: Reflexões sobre os Pactos Globais da Migração", que decorreu em Luanda, o responsável assegurou que Angola "tem condições para contrapor actos que atentem a segurança fronteiriça".
Segundo o director-geral adjunto do SME, há mecanismos e órgãos do Ministério do Interior que intervêm no controlo das fronteiras. "Garanto, aqui, que estamos em condições de contrapor qualquer situação que eventualmente venha atentar contra a segurança a nível das fronteiras", assegurou.
João Machado explicou que há 30.000 requerentes de asilo a aguardar estatuto de refugiado, tendo ainda o registo de 19.000 refugiados nessa categoria.
"Todos os refugiados que se encontram em Angola estão documentados. O que estamos a fazer é a actualização de documentos que eles ostentam actualmente. Em breve estaremos em condições de passar à emissão de novos documentos", apontou.
Questionado sobre as constantes reclamações de refugiados e requerentes de asilo, sobretudo em relação à falta de documentos, o oficial do SME disse que decorrem trabalhos a nível da instituição com o propósito de inverter a situação.
"Estamos a trabalhar no sentido de procedermos ao registo de todos os refugiados e requerentes de asilo em Angola para que possamos ter um cenário diferente daquilo que temos assistido", sustentou.
O debate promovido pela Rede Angolana de Protecção ao Migrante e Refugiado, em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Angola.